Foto: Joana Bourgard

Mais de 20 espécies de abelhas da Irlanda do Norte estão em risco de extinção

São 21 as espécies de abelhas que estão em risco de extinção na Irlanda do Norte, por causa da perda de prados de flores silvestres, poluição e alterações climáticas, revelou ontem um novo relatório da organização Buglife.

Um pouco por todo o mundo há uma preocupação crescente com a situação dos insectos polinizadores. Na verdade, 40% das espécies de insectos do planeta estão em declínio e um terço em risco de extinção, num ritmo que é oito vezes superior ao dos mamíferos, aves e répteis. 

E o Reino Unido não é excepção. Muitos insectos – como as abelhas, borboletas e moscas-das-flores – estão em drástico declínio, tanto na sua abundância como na sua diversidade, alerta a Buglife, uma organização ambiental britânica dedicada à conservação de todos os invertebrados.

Segundo o novo relatório da Buglife, The Northern Ireland Threatened Bee Report, as abelhas selvagens solitárias e os abelhões são dos mais afectados por este declínio.

A Irlanda do Norte alberga muitas espécies raras e ameaçadas de polinizadores do Reino Unido e tem a maior população de uma espécie prioritária, a abelha solitária Colletes floralis.

Agora, este relatório pretende ser uma chamada de atenção para salvar as abelhas selvagens da Irlanda do Norte.

Ao analisar dados históricos e actuais, o relatório descobriu que muitas espécies ameaçadas estão em declínio e enfrentam um futuro incerto. Isto por causa da perda de habitats ricos em flores silvestres, poluição, doenças e alterações climáticas.

O relatório também defende a necessidade de haver melhores registos e monitorização do estado das populações de polinizadores da Irlanda do Norte.

“A menos que sejam tomadas medidas urgentes é muito provável que assistamos à extinção de algumas das nossas espécies de abelhas selvagens nos próximos 10 anos”, alertou Anna Hart, da Buglife para a Irlanda do Norte.

A boa notícia, acrescenta, é que “temos a solução para a crise dos polinizadores: ao criar mais espaços para a vida selvagem e ao restaurar redes de habitats ricos em flores silvestres por todo o país conseguiremos reverter estes declínios e garantir populações saudáveis de polinizadores para as gerações futuras”.

O relatório avança propostas de acções detalhadas sobre como ajudar cada espécie a recuperar.


Agora é a sua vez.

Descubra cinco coisas que pode fazer na luta contra o declínio mundial dos insectos.

Além disso pode ficar a saber o que pode fazer para ajudar os insectos polinizadores.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.