Oceano Atlântico. Foto: Tiago Fioreze/Wiki Commons

Meros e corvinas começam a regressar meses após criação de reserva marinha

Menos de um ano depois da criação da reserva marinha de Dragonera, nas ilhas Baleares, populações de peixes como os meros e as corvinas já dão sinais de recuperação, revelaram ontem as autoridades.

 

A reserva marinha, criada a 7 de Outubro de 2016, protege as espécies selvagens em 912 hectares, uma área onde passou a ser controlada a pesca e o mergulho. A pesca de arrasto e submarina estão proibidas. Segundo disse na altura o conselheiro para o Ambiente, Vicenç Vidal, espera-se que os recursos pesqueiros aumentem até 20% com esta reserva marinha, citou o jornal Diário de Mallorca.

“Nove meses depois, já se começam a ver os resultados”, segundo um comunicado do governo das Baleares.

Antes da criação da reserva, a oitava das ilhas Baleares (num total de 60.000 hectares protegidos), estudos e censos concluíram que os recursos pesqueiros daquela zona estavam “muito diminuídos em relação ao que poderiam ser”. Os meros quase não existiam.

Hoje, nove meses depois da criação da reserva marinha, as espécies começam a regressar àquela região, nomeadamente os meros e as corvinas.

“O aparecimento destas espécies não acontece por geração espontânea, mas sim porque permaneciam escondidas a grandes profundidades, fora do alcance da pesca submarina”, explica a Direcção Geral de Pesca e Meio Marinho das ilhas Baleares. “Uma vez que se eliminou esta actividade, os peixes estão a recuperar as águas mais superficiais, que são o seu habitat natural”, acrescenta.

Ainda assim, salienta, “este é apenas um indicador do que pode acontecer dentro de poucos anos”. Por exemplo, na reserva marinha da ilha del Toro, também nas Baleares, os meros e as corvinas representam 75% da biomassa de peixes comerciais daquela ilha.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.