Foto: D. Finnin/AMNH

Museu de História Natural de Nova Iorque tem um novo ícone

O Museu Americano de História Natural inaugura hoje uma nova exposição permanente, um dinossauro gigantesco. É um titanossauro com 37 metros, uma réplica que demorou mais de seis meses a criar, baseada numa espécie descoberta na Patagónia em 2014.

 

A baleia-azul e o Tyrannosaurus rex passam a estar acompanhados por um titanossauro, a nova exposição permanente do museu, inaugurada hoje no quarto piso.

Os paleontólogos ainda não deram um nome à nova espécie, mas acreditam que este dinossauro era um herbívoro gigante que pesava cerca de 70 toneladas, tanto quanto 10 elefantes africanos. Teria seis metros de altura (do chão aos ombros) ou 14 metros com o pescoço esticado a um ângulo de 45 graus. Viveu nas florestas da Patagónia de hoje há cerca de 100 milhões de anos, durante o período Cretácico.

Na verdade, o seu tamanho foi um problema para o museu.

 

Foto: D. Finnin/AMNH

 

Como não cabe todo na galeria onde foi montado, parte do seu pescoço com quase 12 metros, tem de sair da sala e prolongar-se pelo hall dos elevadores.

 

Foto: D. Finnin/AMNH
Foto: D. Finnin/AMNH

 

A réplica, inaugurada hoje, baseia-se em 84 ossos fossilizados que foram escavados no deserto perto de La Flecha, na Patagónia, em 2014, por uma equipa do Museu argentino Paleontológico Egidio Ferugio, liderada por José Luis Carballido e Diego Pol.

 

Local da escavação. Foto: Dr. Alejandro Otero
Local da escavação. Foto: Dr. Alejandro Otero

 

Ao todo, os paleontólogos encontraram 223 ossos fossilizados de seis indivíduos, todos jovens adultos. Alguns desses ossos, como um fémur com dois metros e meio de comprimento, estarão expostos temporariamente perto do dinossauro, avança o museu, em comunicado.

 

Foto: D. Finnin/AMNH
Foto: D. Finnin/AMNH

 

Para instalar este titanossauro, os técnicos do museu tiveram de retirar da galeria um outro dinossauro, mais pequeno, um Barosaurus juvenil, que esteve exposto desde 1996.

A réplica não inclui fósseis verdadeiros “porque são demasiado pesados para montar. Em vez disso, os seus ossos são impressões 3D de fibra de vidro” e baseadas em cópias digitais dos fósseis originais, explica o museu.

 

Foto: D. Finnin/AMNH
Foto: D. Finnin/AMNH

 

A revelação do novo dinossauro faz parte de uma série de eventos sobre paleontologia previstos pela instituição científica. Nesta Primavera, o museu, fundado em 1869, inaugura a exposição Dinosaurs Among Us, de 21 de Março de 2016 a 2 de Janeiro de 2017, sobre a forma como um grupo de dinossauros evoluiu até às criaturas a que hoje chamamos aves.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.