Foto: LPO

Museu do Louvre instala torre com 32 ninhos para andorinhas

O Museu do Louvre, em Paris, instalou esta torre a 25 de Março porque em 2023 estão previstas obras de restauro para o Arco do Triunfo do Carrossel, em cujas abóbadas as andorinhas-dos-beirais fazem, todos os anos, os seus ninhos.

Instalada desde 25 de Março a dois passos do Arco do Triunfo do Carrossel, esta torre tem 4,30 metros e 32 ninhos para andorinhas-dos-beirais (Delichon urbicum).

A torre é acimada por um telhado para abrigar os ninhos e que está equipado com dois altifalantes, alimentados a energia solar, que difundem sons de andorinhas. Foi instalada o mais perto possível do Arco e numa zona desprovida de obstáculos para permitir o voo e as chegadas directas destas aves migradoras.

Pretende ser uma “casa” temporária para as andorinhas que fazem ninho naquele Arco e foi instalada pela direcção do Museu do Louvre com o apoio do Ministério da Cultura francês e da Liga de Protecção das Aves (LPO).

Aquele Arco alberga, desde pelo menos 1846, uma colónia de andorinhas-dos-beirais, segundo a LPO. Nos últimos anos são cerca de 20 os casais que escolhem fazer o seu ninho ali.

Esta torre foi instalada dois anos antes de as obras começarem para as andorinhas terem tempo para se habituarem a estes novos ninhos e para os ocuparem efectivamente quando as obras de restauro começarem.

A torre começou a ser pensada em Outubro de 2018 pela LPO e pela Direcção do Património Arquitectónico e dos Jardins do Louvre. Em Novembro desse ano, a LPO apresentou as características desta espécie e a sua biologia numa reunião com o Louvre, organizada para discutir soluções possíveis para evitar o desaparecimento desta colónia naquele espaço. “A reacção foi muito positiva e foi mostrado de imediato o desejo de tudo fazer para facilitar a sobrevivência da colónia”, comentou a LPO em comunicado.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.