Quebra-ossos. Foto: Richard Bartz/Wiki Commons

Nasceu a primeira cria de quebra-ossos de 2016 na Andaluzia

A conservação do quebra-ossos (Gypaetus barbatus) na Andaluzia tem novidades. Na madrugada de 30 de Janeiro nasceu com pouco mais de 127 gramas a primeira cria da temporada 2015-2016 no Centro de Reprodução em Cativeiro de Guadalentín (Cazorla, Jaén), foi revelado nesta quarta-feira.

 

Esta cria é filha de Joseph e Keno, o casal que, em Dezembro, realizou a primeira das 14 posturas conseguidas neste ciclo reprodutor em Guadalentín, gerido pela Fundação Gypaetus.
“A eclosão desta cria deu-se no ninho dos pais, depois de uma incubação que se prolongou durante 53 dias”, revela um comunicado da Junta da Andaluzia. Logo no mesmo dia, os técnicos do centro fizeram análises à cria para comprovar o seu estado de saúde e deram-lhe um código (BG886), que a distingue na rede de reprodução europeia desta espécie.
“Se tudo correr bem, a próxima cria a nascer será irmã de BG886, entre os dias 5 e 6 de Fevereiro”, avançam os responsáveis.
Estes nascimentos fazem parte do Programa de Reintrodução do Quebra-Ossos, desenvolvido pela Consejería de Medio Ambiente y Ordenación del Territorio da Andaluzia. O grande objectivo é conseguir uma população autónoma e estável da espécie, através da libertação de jovens aves na natureza que, mais tarde, assumam a região como área de nidificação.
Desde 1996, ano da inauguração do centro de Guadalentín, já nasceram um total de 52 crias de quebra-ossos.
Actualmente vivem em liberdade na Andaluzia 15 quebra-ossos, ave de barbas escuras perto do bico e de vermelho vivo em redor dos olhos. Estes animais são fruto das libertações no âmbito deste programa, começadas em 2006. Um deles, a fêmea Bujaraiza, esteve em Portugal em Maio passado.
Em Portugal, a espécie está dada como extinta. Não se conhecem registos da sua ocorrência desde o final do século XIX, segundo o livro “Aves de Portugal” (2010). O registo mais preciso é de 1888 quando duas aves foram abatidas no rio Guadiana. Os exemplares estão hoje no Museu de Zoologia da Universidade de Coimbra.

 

[divider type=”thick”]Saiba mais.

 

Esta é Bujaraiza, o quebra-ossos que visitou Portugal

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.