A nova cria acompanhada por um dos progenitores. Foto: Zoo de Santo Inácio

Nasceu um hipopótamo em risco de extinção no Zoo Santo Inácio

Estima-se que em todo o mundo restam entre 2.000 e 2.400 hipopótamos-pigmeu, afectados pela indústria madeireira e pela caça intensiva, entre outras ameaças.

Os hipopótamos-pigmeu (Choeropsis liberiensis) estão Em Perigo de extinção na sua área de origem na África Ocidental, em países como a Costa do Marfim e a Libéria. Entre as ameaças contam-se a desflorestação associada à indústria madeireira, a ocupação humana dos territórios onde vivem, a caça intensiva e ainda os conflitos armados nessas zonas.

A nova cria, baptizada com o nome Valentina. Foto: Zoo de Santo Inácio

“Em todo o mundo, estima-se existirem apenas entre 2000 e 2400 hipopótamos desta espécie, por isso este nascimento é particularmente especial para todos nós e permite-nos reforçar o nosso propósito de proteção e de preservação de espécies, especialmente as ameaçadas de extinção”, explica Teresa Guedes, diretora do Zoo Santo Inácio, situado em Vila Nova de Gaia, num comunicado enviado à Wilder.

Após seis meses e meio de gestação, a nova cria nasceu a 14 de Fevereiro, Dia de São Valentim, e por isso foi baptizada de Valentina. “Até à data esteve na recolha para receber os cuidados maternais exigidos nos primeiros meses de vida”, adianta o parque zoológico, onde a partir desta semana a pequena fêmea de hipopótamo já pode ser vista quando passeia no habitat exterior.

Foto: Zoo de Santo Inácio

Valentina nasceu a pesar cerca de sete quilos e é filha de Romina e Kibwana, “os únicos dois membros do grupo de hipopótamos-pigmeu do parque zoológico.” A espécie de hipopótamo a que pertence está inserida no Programa Europeu de Preservação de Espécies Ameaçadas de Extinção da Associação Europeia de Zoos e Aquários, pelo que “este nascimento se revela fundamental para a gestão e conservação da espécie à escala global.”

Os hipopótamos-pigmeu são muito parecidos com os hipopótamos comuns. São de cor preta, com um tom acastanhado ou esverdeado, e têm uma pele lisa, que é mantida sempre húmida e brilhante. As crias atingem a maturidade entre com cinco a seis anos, sendo que apenas um em cada dez nascimentos são de machos. 

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.