Nordeste Transmontano passa a ser Reserva da Biosfera da Unesco

A Reserva da Biosfera Transfronteiriça da Meseta Ibérica (Nordeste Transmontano em Portugal e Salamanca e Zamora em Espanha) foi uma das 20 novas reservas mundiais da Biosfera da Unesco, aprovadas nesta terça-feira em Paris.

 

A nova reserva, com 1.132,606 hectares, localiza-se em 12 municípios do Nordeste Transmontano (Alfândega da Fé, Bragança, Carrazeda de Ansiães, Figueira de Castelo Rodrigo, Freixo de Espada à Cinta, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Vila Flor, Vimioso e Vinhais) e em parte da província de Zamora e de Salamanca.

 

Foto: UNESCO
Foto: UNESCO

 

Com altitudes que variam entre os 100 metros e os 2.000 metros acima do nível do mar, esta é uma área onde vivem muitas espécies bandeira. A Unesco salienta a cegonha negra, o abutre-do-egipto, a águia-de-Bonelli, o bufo-real, a lontra e o lobo-ibérico. Mais de 300.000 pessoas vivem nesta reserva, que também tem património construído do tempo dos Romanos e da Idade Média.

 

Foto: UNESCO
Foto: UNESCO

 

Em Portugal abrange o Parque Natural de Montesinho e o Douro Internacional.

Assim, a Reserva da Biosfera da Meseta Ibérica passa a ser a 15ª Reserva da Biosfera Transfronteiriça, a nível mundial, e a oitava Reserva da Biosfera portuguesa, depois do Paul do Boquilobo (1981), Berlengas (2011) e Transfronteiriça Gerês/Xurés (2009), das ilhas do Corvo (2007), Graciosa (2007), e das Flores (2009) e Santana (2011).

 

Foto: UNESCO
Foto: UNESCO

 

A candidatura da Reserva da Biosfera Transfronteiriça da Meseta Ibérica foi promovida e apresentada pelo Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial – ZASNET e foi apresentada pelos Governos de Portugal e Espanha ao Comité internacional da Unesco, em Paris, a 30 de Setembro.

 

Foto: UNESCO
Foto: UNESCO

 

Ontem foi aprovada durante a 27ª Sessão do Conselho Internacional de Coordenação do Programa Científico “O Homem e a Biosfera” da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), a decorrer em Paris, de 8 a 12 de Junho.

Além desta reserva, foram aprovadas outras 19. Isto significa que a rede mundial de Reservas da Biosfera passa a ter 651 sítios, incluindo 15 transfronteiriços, em 120 países. Estas reservas são sítios que abrangem ecossistemas terrestres, marinhos ou costeiros e onde, em conjunto com as populações locais, se experimentam práticas inovadoras que conciliam a conservação da natureza ao seu uso sustentável.

 

As 20 novas Reservas da Biosfera da Unesco:

Patagónia Azul (Argentina)

Lago Tana (Etiópia)

Cacique Lempira, Señor de las Montañas (Honduras)

Bromo Tengger Semeru-Arjuno (Indonésia)

Taka Bonerate-Kepulauan Selayar (Indonésia)

Thang-e-Sayad e Sabzkuh (República Islâmica do Irão)

Alpes Ledro e Judicaria (Itália)

Delta do Pó (Itália)

Appennino Tosco-Emiliano (Itália)

Aksu-Zhabagly (Cazaquistão)

Lago Inlay (Birmânia)

Gouritz Cluster (África do Sul)

Magaliesberg (África do Sul)

Maciço de Anaga (Espanha)

Meseta Ibérica (Espanha/Portugal)

Langbiang (Vietname)

Hanma (China)

Gargantas de Gardon (França)

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.