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Foto: Danilo Cedrone/Wiki Commons

ONU compromete-se a pôr fim aos plásticos nos oceanos

A declaração acordada pelos ministros do Ambiente dos Estados-membros da Organização das Nações Unidas (ONU), reunidos no Quénia, afirma que se deve pôr um ponto final à ‘corrente’ de plásticos que se encaminham para os oceanos.

 

Segundo a BBC, a declaração que foi assinada esta quarta-feira foi bem recebida pelos cientistas, que criticam todavia o facto de ser apenas uma declaração de princípios, sem metas concretas ou calendários à vista.

Em contrapartida, os ministros presentes no encontro consideraram que se trata de uma peça-chave, uma vez que demonstra a necessidade de uma grande mudança, tanto a governos como à indústria e aos cidadãos em geral.

A chegada a acordo foi dificultada pelos Estados Unidos, que se opuseram aos objectivos internacionais que estavam inicialmente em cima da mesa.

O debate entre os Estados-membros da ONU foi conduzido pelo ministro do Ambiente da Noruega, Vidar Helgesen, para quem o novo documento é “uma peça-chave na ‘emissão zero’ de plásticos para o oceano”, disse à BBC.

Já uma representante da WWF International, Li Lin, afirmou que a oganização gostaria de “ver este acordo aplicado pelos governos, negócios, ONGs (organizações não governamentais) e consumidores e mais rapidamente possível”. “Porque este assunto é urgente”, sublinhou.

Os problemas provocados pelos sacos de plástico fininhos e descartáveis, que se usam apenas uma vez e depois se espalham pelos campos e nas cidades, já levaram à proibição destes produtos em vários países – em especial em África e na Ásia.

Exemplos de países onde os sacos de plástico descartáveis estão hoje quase totalmente proibidos? Mauritânia, Senegal, Costa do Marfim, Mali, Gana, Quénia, Etiópia, Malawi, Ilhas Maurícias, Zanzibar e Uganda, indica a televisão britânica.

A proibição estende-se a países como o Bangladesh e o Sri Lanka, onde o lixo provocado pelos plásticos deixados ao abandono contribuiu para a ocorrência de cheias graves, devido ao entupimento dos tubos de drenagem.

 

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Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.