um-cardume-de-atuns-no-meio-do-oceano-azul
Foto: Danilo Cedrone/Wiki Commons

ONU lança campanha mundial para eliminar plástico dos oceanos

A Organização das Nações Unidas declarou guerra ao lixo provocado pelos plásticos nos oceanos. Os microplásticos nos cosméticos e os plásticos descartáveis são alvos a abater nesta nova campanha mundial.

 

A nova campanha #CleanSeas foi anunciada pela UNEP-UN Environment, agência que coordena todas as acções da ONU de âmbito ambiental, depois de uma conferência mundial sobre os oceanos realizada esta semana em Bali.

Até 2022, a agência pretende que sejam eliminados os microplásticos usados em cosméticos e acabar com “o uso excessivo e produtor de resíduos dos plásticos que são usados apenas uma vez”.

“Já é tempo de atacarmos o problema dos plásticos que inundam os nossos oceanos”, apelou Erik Solheim, responsável máximo da UNEP. “A poluição dos plásticos está a surfar até às praias da Indonésia, a instalar-se no chão oceânico no Pólo Norte e a elevar-se, através da cadeia alimentar, para as nossas mesas de jantar. Esperámos demasiado tempo enquanto o problema se agravava”, alertou.

Na verdade, estima-se que 80% de todo o lixo nos oceanos é composto por plásticos, pelo que a agência da ONU indica que não há tempo a perder e vai lançar vários apelos: os governos têm de aplicar políticas para a redução de plásticos; as indústrias têm de redesenhar produtos e minimizar o uso de embalagens; os consumidores precisam de alterar o hábito de deitar fora.

Definir metas para cada um dos países e indústrias, ao longo deste ano, vai ser uma das estratégias, com especial atenção à eliminação dos microplásticos da indústria de cosméticos e à proibição ou taxação dos sacos de plástico de compras (aqueles que se utilizam apenas uma vez e se deitam fora). A “redução drástica” dos plásticos descartáveis é outra meta da campanha.

Até agora, 10 países já se juntaram à UNEP na campanha para a limpeza dos oceanos, incluindo a Indonésia, o Uruguai e a Costa Rica.

“Todos os anos, mais de oito milhões de toneladas de plásticos acabam nos oceanos, arruinando a vida marinha, as pescas e o turismo, com custos de pelo menos oito mil milhões de dólares (7,5 mil milhões de euros) em prejuízos para os ecossistemas marinhos”, alerta a agência.

Por outro lado, a manter-se a actual taxa de consumo de garrafas, sacos e copos de plástico que vão parar ao lixo depois de serem usados apenas uma vez, em 2050 os oceanos vão ter mais plásticos do que peixe e cerca de 99% das aves marinhas terão ingerido estes lixos.

 

[divider type=”thin”]Agora é a sua vez.

Conheça 10 estratégias importantes para combater o lixo nos oceanos, no dia a dia, adaptadas a partir de sugestões da nova campanha:

  1. Apele ao reforço de legislação que ajude a combater o lixo marinho
  2. Acabe com o tabaco nas praias
  3. Defenda o investimento em pesquisa de desenvolvimento de materiais não tóxicos
  4. Deixe de deitar lixo em locais inapropriados
  5. Apele ao investimento em infraestruturas de gestão de resíduos
  6. Deixe de usar sacos de plástico
  7. Recorra aos sacos reutilizáveis
  8. Divulgue o verdadeiro custo dos plásticos descartáveis em produtos
  9. Ajude a limpar as praias e as costas marítimas
  10. Recicle

 

 

 

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.