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Foto: Danilo Cedrone/Wiki Commons

Para a Quercus estas são as maiores ameaças aos oceanos

Os plásticos são apenas um dos vários problemas dos oceanos do planeta. Hoje, Dia Mundial dos Oceanos, a organização portuguesa Quercus lembra os maiores desafios.

 

A poluição dos oceanos por plásticos tem motivado um “movimento global e crescente”, existindo diversas iniciativas para redução e até mesmo eliminação da utilização de plástico, nomeadamente os de utilização única, alerta a Quercus em comunicado. “O problema do plástico nos oceanos agrava-se ainda mais devido à degradação destes, originando micropartículas designadas por microplásticos, que são de remoção extremamente difícil e que acabarão por contaminar todos os ambientes marinhos”.

Mas este não é o único desafio dos oceanos.

A forma como pescamos está a pôr em causa a sobrevivência de muitas espécies. Em muitos casos, a sobrepesca está a impedir as populações de peixes de se regenerarem, “conduzindo, muitas vezes, à extinção de populações inteiras de organismos marinhos”.

Além do esgotamento dos recursos pesqueiros, os oceanos podem enfrentar a ameaça da aquacultura. “Apesar dos benefícios que apresenta no pressuposto fornecimento de proteína marinha sem exploração das comunidades de organismos selvagens, (a aquacultura) tem também impactos ambientais significativos, como a poluição e destruição dos habitats estuarinos e costeiros”, acrescenta.

No seu entender, “para que a aquacultura seja uma alternativa à pesca são necessárias regulamentação e fiscalização efetiva desta atividade, e, principalmente, a devida formação e sensibilização dos profissionais destas áreas para as questões ambientais”.

A lista de ameaças inclui ainda o aquecimento global e as alterações climáticas que, segundo a Quercus, têm “cada vez mais impacto nos nossos oceanos”. As alterações do clima estão já a provocar a “morte massiva de grandes extensões de recifes de corais, que são maternidades e zonas de grande parte da biodiversidade marinha mundial”.

Portugal é o país da Europa com maior superfície costeira marinha e prepara o aumento da plataforma continental marítima. “Neste contexto, o futuro dos Oceanos terá ainda um maior impacto no nosso país, quer em termos ambientais, sociais, como económicos.”

Segundo a Quercus, a protecção dos oceanos precisa de “legislações mais rigorosas, fiscalização eficiente, investigação e pesquisa científica e tecnológica, educação e sensibilização da população”.

“A proteção dos oceanos não depende apenas do esforço de cada país, mas sim de todos os países em conjunto e do esforço de cada um de nós.”

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.