Foto: Joana Bourgard/Wilder (arquivo)

Parlamento Europeu vota contra cinco OGM na Europa

O Parlamento Europeu votou ontem contra os planos da Comissão Europeia para autorizar cinco organismos geneticamente modificados (OGM), especificamente milho e algodão.

 

Os eurodeputados de Estrasburgo votaram contra a autorização à entrada dos milhos Bt11 e 1507 (sementes), do milho MON 810 (produtos) e do algodão MON 88913 e também contra a renovação da autorização do milho MON 810 (sementes), ainda que caiba aos Estados-membros e à Comissão Europeia fazê-lo.

No caso dos milhos Bt11 e 1507, o Parlamento Europeu alertou que estes podem pôr em perigo várias espécies de borboletas, tanto diurnas como nocturnas, mesmo que estes animais não prejudiquem aquelas culturas. Relativamente a esta questão, os eurodeputados questionaram o conceito, introduzido pela Agência Europeia de Segurança Alimentar (EFSA, sigla em inglês), de “mortalidade local aceitável” de espécies de lepidópteros (ordem de insectos que inclui as borboletas).

Além disso, na opinião do Parlamento Europeu, a avaliação da EFSA sobre as sementes do milho MON 810 carecem de dados suficientes. Os eurodeputados alertam para a possível contaminação cruzada por uma planta invasora com a toxina Bt (Bacillus thuringiensis), usada como pesticida, e que implica “importantes riscos para agricultores e para o ambiente”.

Quanto ao milho da Monsanto e ao algodão, o Parlamento disse que estes OGM estão a ser autorizados pela Comissão Europeia sem a aprovação dos Estados-membros. “Isto era suposto ser uma excepção ao processo normal de tomada de decisão, mas, na verdade, está a tornar-se a norma”, segundo um comunicado de Estrasburgo.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.