lobo ibérico
Lobo ibérico conservado no Museu de História Natural, Lisboa. Foto: Joana Bourgard

Pedida a suspensão imediata da caça ao lobo-ibérico na Cantábria

A organização Ecologistas en Acción pediu às autoridades da Cantábria que suspenda imediatamente os controlos à população de lobo-ibérico em todo o território daquela região até haver provas da necessidade da medida.

 

Esta tomada de posição surge perante uma situação excepcional, criada pela vaga de incêndios nas florestas da Cantábria nas últimas semanas, explica a organização em comunicado divulgado hoje e citado pela agência espanhola EuropaPress.

Os conservacionistas temem os “prováveis efeitos graves” nos ecossistemas naturais e o “grave risco” para a conservação e regeneração da vegetação.

A organização salienta que a abundância de ungulados – animais com uma unha fendida, que forma dois dedos em cada pata como os veados, corços, javalis, gamos – afecta a regeneração das florestas. Perante “situações tão excepcionais como a actual, com uma superfície florestal queimada excepcionalmente elevada, e com uma alta abundância de ungulados silvestres”, a organização pediu à Direcção de Meio Natural do governo da Cantábria para suspender todos os controlos à população de lobos-ibéricos (Canis lupus signatus). Pelo menos, até à aprovação do Plano de Gestão do Lobo, documento que deverá levar em conta a nova situação criada pelos incêndios.

Os ecologistas alertam para os “graves desequilíbrios que estas mortes podem causar num predador chave no controlo das populações de ungulados silvestres”.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.