Oceano Atlântico. Foto: Tiago Fioreze/Wiki Commons

Pedida captura zero para sardinha ibérica em 2019

O stock de sardinha continua a “níveis perigosamente inferiores aos que garantem a sua viabilidade”, considera um painel de cientistas. Oito associações portuguesas apoiam o parecer, que pede captura zero para 2019.

 

O parecer científico sobre a sardinha ibérica (Sardina pilchardus) chegou na passada sexta-feira, dia 13 de Julho, pelas mãos do Conselho Internacional para a Exploração dos Mares (CIEM, em inglês, ICES). Nele é recomendada a captura zero para o próximo ano.

A plataforma PONG-Pesca – Plataforma de Organizações Não Governamentais Portuguesas sobre a Pesca reagiu ao parecer com um apelo para que seja respeitado pelos responsáveis do sector.

“A continuidade da recomendação de captura zero deve-se a um simples facto: apesar do aumento de biomassa registado nos cruzeiros científicos mais recentes, o stock continua a níveis perigosamente inferiores aos que garantem a sua viabilidade do ponto de vista biológico e uma exploração sustentável do recurso”, escreve a plataforma em comunicado.

A plataforma apela ainda à aprovação um plano de recuperação da sardinha ibérica.

“A pesca da sardinha ibérica não tem plano de gestão ou recuperação em vigor, avaliado pelo ICES como sendo precaucionário”, lembrou. O plano de recuperação existente, proposto por Portugal e Espanha, é considerado pela PONG-Pesca “insuficientemente claro e completo para poder ser avaliado pelo ICES”. Entre os problemas está a “reduzida relevância que é dada ao controlo de capturas durante vários anos e à proteção dos juvenis”.

Por isso, a PONG-Pesca “apela aos Governos dos dois países, bem como à Comissão Europeia, para tão rapidamente quanto possível submeterem para avaliação do ICES um plano de recuperação com elementos suficientes e com medidas suficientemente consolidados para irem ao encontro dos critérios estabelecidos por aquele organismo”.

 

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 PONG-Pesca é constituída pelas organizações de conservação marinha portuguesas: Associação Portuguesa para o Estudo e Conservação dos Elasmobrânquios (APECE), Grupo de Estudos do Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA), Liga para a Protecção da Natureza (LPN), Observatório do Mar dos Açores (OMA), Associação Nacional de Conservação da Natureza (Quercus), Associação de Ciências Marinhas e Cooperação (Sciaena), Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e Associação Natureza Portugal (ANP) em associação com a WWF.

 

[divider type=”thick”]Saiba mais.

Fique a saber mais sobre a sardinha aqui.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.