Projecto vai plantar 650.000 árvores para ajudar a recuperar o Pinhal de Leiria

Pinheiros-bravos à espera de serem plantados. Foto: Renature Leiria

A iniciativa Renature Leiria pretende devolver o verde a esta mata nacional, cinco anos depois do violento incêndio que consumiu 85 por cento da floresta.

Esta iniciativa é coordenada pelo GEOTA-Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente, em parceria com a associação One Tree Planted e o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), indicou esta quarta-feira o GEOTA em comunicado.

Em causa está a recuperação e rearborização de 520 hectares com a plantação de 650.000 árvores até 2025, das quais foram já plantadas 50.000 desde Janeiro. Até agora foram plantados pinheiros-bravos, mas a equipa tenciona também trazer para a mata nacional outras árvores autóctones como o pinheiro-manso, o medronheiro ou o sobreiro. O objectivo é “criar uma floresta mais biodiversa e resiliente a futuros incêndios e a assegurar um desenvolvimento sustentável da Mata Nacional de Leiria”, afirma o GEOTA.

Esta iniciativa segue-se ao projecto Renature Monchique, que se realizou após o incêndio de 2018 na serra algarvia. Miguel Jerónimo, coordenador dos dois projectos, defende que “reflorestar e preservar” zonas que foram afectadas por incêndios, tanto devido às alterações climáticas como pela acção humana, “deve ser um modelo a seguir”.

Karl McGrory, gestor de floresas da Europa da One Tree Planted, diz por sua vez que esta organização “pretende pretende reduzir a desertificação, restaurar as áreas desflorestadas e revitalizar os ecossistemas”.

“O Renature Leiria é um projeto que estamos a financiar em Portugal como parte do nosso compromisso de criar ecossistemas saudáveis e de proteger as florestas de pinheiro”, acrescentou este responsável, citado no comunicado. “É também uma oportunidade para a comunidade local participar no restauro do seu território que foi gravemente afectado pelo incêndio de 2017.”

Esta iniciativa está integrada no Plano de Intervenção na Área Ardida do Pinhal de Leiria, que está actualmente em curso, de acordo com Fátima Reis, directora-regional do Centro do ICNF.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.