Morcego-pigmeu. Foto: Evgeniy Yakhontov/Wiki Commons

Reino Unido: Multa de 655.000 euros para construtora que destruiu abrigo de morcegos

Tribunal decretou a multa mais elevada de sempre no país para um crime contra a vida selvagem, devido a trabalhos de demolição num local onde se abrigavam morcegos.

A firma de construção Bellway Homes foi condenada a uma multa de 600.000 libras (cerca de 655.000 euros) por ter avançado com a destruição de um local que servia de abrigo para morcegos-pigmeus (Pipistrellus pygmaeus) em Artillery Place, na zona de Greenwich, sudeste de Londres, noticia o Guardian.

Este crime contra a vida selvagem aconteceu em 2018. A empresa foi condenada a pagar também custos judiciais de 30.000 libras e acordou em fazer uma doação voluntária de 20.000 libras ao Bat Conservation Trust.

Tal como em Portugal, todas as espécies de morcegos que habitam no Reino Unido são protegidas por lei, pelo que é proibida a destruição de locais onde nidificam ou hibernam durante os meses mais frios.

Durante a preparação da empreitada, a Bellway já tinha sido notificada de que seria necessário obter em primeiro lugar a definição das medidas de mitigação e também uma licença relativa a espécies protegidas na Europa.

A “investigação complexa” que esteve na base deste caso judicial foi realizada por dois agentes da polícia de Greenwich, com apoio de especialistas da unidade de crimes contra a vida selvagem.

“Os agentes reuniram provas de que a companhia tinha realmente cometido o crime ao realizar obras num local onde é conhecido que habitam morcegos”, afirmou o inspector David Hawtin, da polícia local, citado num comunicado.

“A Bellway Homes admitiu responsabilidade por isto e espero que reforce a mensagem de que esta legislação existe por uma razão e deve ser respeitada”, sublinhou.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.