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Foto: Joana Bourgard

Remodelação do Governo: Zero apela a que Secretaria de Estado do Ambiente e Energia volte dividir-se em duas

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A saída de João Galamba de secretário de Estado para ministro das Infraestruturas abre espaço à autonomização destas duas áreas governativas, afirma a associação liderada por Francisco Ferreira.

A Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável lembra que um dos desejos para este novo ano tinha sido precisamente a separação da actual Secretaria de Estado do Ambiente e da Energia, adoptada no final de Março passado, quando tomou posse o novo Governo.

“Os vários dossiers demonstram que foi uma junção que resultou numa incapacidade da atual equipa para dar resposta atempada a diversos dossiers de implementação urgente, principalmente na área do ambiente, incluindo temas como resíduos, qualidade do ar, ruído, avaliação de impacte ambiental, entre outros”, afirma em comunicado a associação, reagindo assim ao anúncio divulgado ao final da tarde desta segunda-feira.

Além de João Galamba, que vai substituir o anterior ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, a secretária de Estado da Habitação, Marina Gonçalves, passa a chefiar o futuro ministério da Habitação. Os nomes dos novos secretários de Estado deverão ser conhecidos ainda hoje, estando a tomada de posse prevista para amanhã.

Segundo a Zero, do lado da Energia ficaram também vários objectivos importantes por cumprir de forma adequada, devido ao actual quadro organizativo: a estratégia nacional de combate à pobreza energética, a aplicação de medidas de poupança energética, e ainda a selecção e acompanhamento dos inúmeros projetos de renováveis e de desenvolvimento da produção de hidrogénio.

Um dos conflitos maiores no interior da actual Secretaria de Estado é por exemplo a “concertação de aspectos de impacte ambiental com a construção de novas infraestruturas de produção de electricidade renovável”, aponta a ONG portuguesa, que apela que a saída de João Galamba seja aproveitada para “uma remodelação mais profunda do Ministério do Ambiente de forma a se proporcionar uma aceleração dos desafios da neutralidade climática e da sustentabilidade”.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.