Oceanos. Foto: Mobibit/Pixabay

Série “Our Planet” chega hoje à Netflix e traz a luta pela conservação da natureza

A série documental de oito episódios, “Our Planet”, estreia hoje na Netflix, narrada por Sir David Attenborough. Esta série original da Netflix defende uma acção mundial para proteger a natureza.

 

São oito episódios criados em colaboração com a organização WWF (World Wide Fund for Nature) e com a Silverback Films, cujo director, Alastair Fothergill, foi o criador das aclamadas séries “Planet Earth” e “Blue Planet”. Hoje chega a 190 países.

A série vai mostrar as espécies e os habitats mais icónicos e frágeis do planeta, com imagens impressionantes da Terra, captadas utilizando novas tecnologias. O objectivo foi mostrar a diversidade de habitats, desde a vida selvagem remota do Árctico às profundezas misteriosas dos oceanos, passando pelas vastas planícies de África e pelas selvas da América do Sul.

O projeto de quatro anos “Our Planet” foi filmado em 50 países em todos os continentes do mundo, com mais de 600 técnicos captando mais de 3.500 dias de filmagem, e irá concentrar-se na amplitude da diversidade de habitats em todo o mundo, do remoto deserto do Ártico e misteriosos oceanos profundos até as vastas paisagens da África e selvas da América do Sul.

No primeiro episódio da série “One Planet”, os telespectadores viajarão da floresta tropical brasileira até ao arquipélago de Svalbard, na Noruega, descobrindo como cada habitat frágil está conectado e porque todos eles são essenciais para a vida prosperar neste planeta. Este episódio conta com imagens gravadas em Portugal, mais precisamente na Ilha do Pico, nos Açores.

Os episódios subsequentes capturam os principais biomas da Terra, ou habitats: os mundos gelados, selvas, mares costeiros, desertos e pradarias, alto mar, regiões de água doce e florestas.

“A WWF espera que esta série, que deverá chegar a milhões de pessoas, inspire o público para se levantar em defesa do planeta, pedindo aos líderes mundiais que resolvam esta emergência, trabalhando em conjunto para desenvolver um plano de ação global – um Novo Acordo para a Natureza e para as Pessoas”, escreveu a organização em comunicado.

Qualquer pessoa pode juntar a sua voz à de milhares de pessoas que atualmente já o fazem, no site www.ourplanet.com/voice/.

“Hoje tornámo-nos na maior ameaça à saúde da nossa única casa, mas ainda há tempo para enfrentarmos os desafios que criámos, se agirmos agora”, disse Sir David Attenborough, citado pela WWF.

“Como espécie, somos especialistas em resolver problemas. Mas ainda não nos aplicámos com o foco necessário a este problema. Podemos criar um mundo com ar e água limpos, energia ilimitada e stocks pesqueiros que nos sustentem no futuro.”

Dados do Living Planet Report 2018 da WWF mostram que as populações globais de espécies de vertebrados diminuíram, em média, 60% desde 1970.

“Somos a primeira geração a conhecer o impacto total do que estamos a fazer ao nosso planeta, e a última que tem a possibilidade de fazer alguma coisa sobre isso”, comentou Ângela Morgado, diretora executiva da ANP|WWF.

“Esperamos que a série “Our Planet” comece uma das conversas mais importantes do nosso tempo – sobre a casa que todos nós partilhamos e a necessidade de cuidar melhor desta única casa.”

Além dos oito episódios, a WWF preparou para quem quiser saber mais vários recursos gratuitos disponíveis no site OurPlanet.com. A ideia é ajudar pessoas, de todas as idades, a entender a importância dos habitats da Terra e como podem ajudar a protegê-los para as próximas gerações.

O site está focado em oito biomas e permite que os visitantes mergulhem nos desafios e soluções mais urgentes do mundo natural. Há ainda uma aplicação portuguesa desenvolvida pela ANP|WWF em parceria com a empresa WorldIT, intitulada Nature Benefits (versão beta disponível em iOS), que ajuda qualquer pessoa a compreender melhor o seu ambiente local e a biodiversidade global para melhor proteger o Planeta.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.