Pangolim terrestre na África do Sul. Foto: David Brossard/Wiki Commons

Há novos sinais de esperança para os pangolins

As autoridades da China retiraram as escamas de pangolim da lista de remédios tradicionais chineses, aumentando os sinais de esperança para estes mamíferos ameaçados.

 

Segundo a BBC, a decisão foi noticiada pelo jornal China Health Times e surge depois de o governo chinês ter aumentado o estatuto de protecção desta espécie para o nível mais alto, na semana passada. O pangolim é considerado o animal mais traficado em todo o mundo.

Todas as oito espécies de pangolins registadas na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza estão hoje ameaçadas e são protegidas pelas leis internacionais. Três das quatro espécies nativas asiáticas estão Criticamente em Perigo, o último degrau antes da extinção na natureza – incluindo o pangolim-chinês (Manis pentadactyla).

As escamas que cobrem o corpo destes animais e os protegem dos predadores são muito procuradas pela medicina tradicional chinesa e a carne de pangolim é considerada uma iguaria.

 

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Pangolim. Foto: Alfred Weidinger / Wiki Commons

 

Feitas as contas, de acordo com o The Guardian, todos os anos são consumidos cerca de 200.000 pangolins na China devido às escamas e por causa da carne. Mais de 130 toneladas de escamas e de pangolins vivos e mortos foram resgatados durante tentativas de tráfico em 2019.

Devido à pandemia, as autoridades chinesas já tinham proibido o consumo de animais selvagens para alimentação, mas mantêm algumas excepções, como é o caso da prática de medicina.

“Estou muito encorajado”, disse o secretário-geral da Fundação para a Conservação da Biodiversidade e  Desenvolvimento Verde da China, Zhou Jinfeng, que segundo o jornal britânico tem lutado para uma melhor protecção dos pangolins. “O nossos esforços continuados ao longo de vários anos não foram em vão”.

 

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.