Um tigre-da-Malásia. Foto: Rennett Stowe

Tigre nos Estados Unidos testa positivo para o coronavírus

No Zoo de Bronx, cidade de Nova Iorque, descobriu-se que uma tigre fêmea chamada Nadia está infectada com Covid-19.

 

Este tigre com quatro anos de idade é o primeiro caso conhecido de um animal infectado com a doença nos Estados Unidos, anunciou esta segunda-feira uma notícia da BBC.

Os resultados do teste foram confirmados pelos Laboratório de Serviços Veterinários Nacionais do Iowa, mas acredita-se que este não é um caso único. As autoridades acreditam que outros seis grandes felinos terão sido contagiados a partir de um dos tratadores.

Juntamente com Nadia, que é uma tigre-da-Malásia, “a sua irmã Azul, dois tigres-siberianos e três leões africanos começaram com tosse seca, mas espera-se que recuperem”, indicou o Zoo, em comunicado.

 

Tigre do Zoo de Bronx. Foto: WCS

 

“Embora tenham mostrado alguma diminuição de apetite, os felinos do Zoo de Bronx estão de resto a passar bem sob cuidados veterinários e mostram-se espertos, alerta e interactivos com os guardas”, explica a instituição, gerida pela Wildlife Conservation Society (WCS).

“Não se sabe como é que esta doença se vai desenvolver em grandes felinos, pois diferentes espécies podem reagir de maneiras distintas a novas infecções, mas vamos continuar a monitorizá-los de perto e prevemos que vão recuperar totalmente”, acrescentam.

Os responsáveis do zoo acreditam que os sete animais terão sido infectados por um tratador assintomático ou que ainda não exibia sintomas quando esteve com estes felinos. Os restantes tigres e leões do jardim zoológico não exibiram até agora sinais da doença.

 

De humanos para animais

Para já, passaram a aplicar-se medidas preventivas neste e nos outros quatro jardins zoológicos geridos pela WCS, no que respeita a todo o pessoal que lida com estas espécies.

A nova infecção é mais um sinal de que o coronavírus poderá passar de humanos para animais. Até agora houve alguns poucos casos isolados de animais que testaram positivo, incluindo dois cães em Hong Kong.

Ainda assim, “não há qualquer prova de que uma pessoa tenha sido contagiada com Covid-19 através de animais de estimação, incluindo cães e gatos”, sublinha o Zoo de Bronx. De acordo com a Organização Mundial da Saúde Animal, o assunto está a ser estudado, mas quem tenha ficado infectado deve limitar o contacto com os seus animais de estimação.

 

 

 

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.