Foto: Juan Lacruz / Wiki Commons

Três abutres-pretos vão ser devolvidos à natureza

Três abutres-pretos nascidos este ano, que estiveram mais de um mês em recuperação no Centro de Recuperação de Animais Silvestres de Lisboa, vão agora ser devolvidos à natureza.

 

O anúncio foi feito pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, que afirma que estes três abutres “foram recolhidos em Outubro último, muito debilitados, em áreas dos distritos de Lisboa e Setúbal”.

Em causa estava apenas uma carência nutricional, pelo que vão ser agora libertados na natureza, pouco mais de um mês depois de entrarem no Centro de Recuperação de Animais Silvestres de Lisboa.

A libertação das três aves está prevista para o próximo sábado, dia 26 de Novembro, pelas 11h30 em Vila Velha de Ródão, junto ao castelo do Rei Wamba, no topo da ‘porta’ norte das Portas de Ródão.

Os abutres foram todos marcados com uma anilha oficial e marcas alares, para que “possam ser monitorizados por observadores de aves e investigadores, nacionais e estrangeiros”.

Nesta acção de libertação vai estar ainda presente o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, tal como a secretária de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza, Célia Ramos, e o secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins.

Em Portugal, o abutre-preto é uma espécie classificada como Criticamente em Perigo de extinção, de acordo com o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, publicado em 2005.

No entanto, após mais de 40 anos sem se reproduzir, esta ave voltou a nidificar em território português em 2010, no Parque Natural do Rejo Internacional, onde hoje a sua população chega aos 12 casais.

O abutre-preto nidifica também no Parque do Douro Internacional, desde 2012, com um casal de aves, e ainda no Alentejo (região de Mourão-Moura-Barrancos), desde 2015, onde estão presentes dois casais, indica o ICNF.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.