Texugo. Foto: andyballard/Pixabay

Túneis de texugos travam serviços de comboio na Holanda

Várias ligações ferroviárias no norte e no sul do país tiveram de ser suspensas, uma vez que havia perigo de descarrilamento devido aos buracos por baixo da via.

De acordo com uma notícia da BBC, uma ligação ferroviária no sul do país, entre Den Bosch e Boxtel, teve de ser cancelada na última terça-feira, porque um grupo de texugos tinha escavado um túnel por baixo dos carris.

As autoridades estavam a equacionar como resolver o problema, uma vez que estes mamíferos são uma espécie protegida. Prevê-se que as dificuldade nesta ligação – que faz parte de uma linha importante que segue até Eindhoven – se mantenham pelo menos até ao início da próxima semana.

John Voppen, presidente executivo do operador ferroviário holandês, adiantou que esta foi a segunda vez que o problema ocorreu, no espaço de uma semana, e que resolver as paragens dos serviços ferroviários é demorado, pois é necessária autorização para mudar os animais de sítio e fazer alterações no seu habitat.

De acordo com a televisão britânica, uma inspecção recente mostrou que as escavações realizadas por texugos na zona aumentaram de forma significativa, o que afecta a segurança dos carris, uma vez que estes podem partir-se quando são construídos túneis por baixo.

No início de Março, no norte da Holanda, houve também uma suspensão de ligações ferroviárias na região de Friesland, devido mais uma vez a túneis de texugos esvavados por baixo da ferrovia. O serviço de comboios só deverá ser retomado no começo de Abril.

Para evitar que o problema se repita, a companhia ferroviária está a planear colocar uma colina de areia nas proximidades, onde os texugos consigam construir as suas tocas. “Viver em conjunto com os texugos é um dilema desafiante para a ProRail”, afirma a empresa, na sua página online. O objectivo, acrescenta, é assegurar “segurança no tráfego ferroviário e prosperidade para os texugos”.


Saiba mais.

Reveja aqui a história de um texugo que andou perdido pelas ruas de Lisboa, há dois anos. E recorde como identificar pegadas de lontras, ginetas, texugos e raposas.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.