Foto: MaBraS/Pixabay

UNESCO pede a todos os países para porem a educação ambiental no centro dos currículos escolares até 2025

A Educação não está a preparar os alunos para se adaptarem, actuarem e responderem às alterações climáticas e à crise da Biodiversidade, alerta um novo relatório publicado pela UNESCO nas vésperas da Conferência Mundial sobre a Educação para o Desenvolvimento Sustentável, que se celebrará online a partir de Berlim, Alemanha, de 17 a 19 de Maio.

O estudo “Aprender pelo nosso planeta” analisou os programas educativos e os currículos escolares de cerca de 50 países de todas as regiões do mundo. Mais de metade não faz qualquer referência às alterações climáticas e apenas 19% fala de Biodiversidade.

O estudo lamenta a falta de atenção dedicada às capacidades sócio-emocionais e às competências orientadas para a acção, fundamentais para a acção ambiental e climática.

“A educação deve preparar os alunos para compreenderem a actual crise ambiental (…). Para salvar o planeta, devemos transformar a nossa forma de viver, produzir, consumir e interagir com a natureza. É fundamental integrar a educação para o desenvolvimento sustentável em todos os programas de aprendizagem de todos os lugares”, disse, em comunicado, Audrey Azoulay, directora-geral da UNESCO.  

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Por isso, a UNESCO fixou um novo objectivo: fazer da educação ambiental uma componente chave dos currículos escolares de todos os países até 2025.

A organização está a trabalhar com os seus 193 Estados Membros para apoiar reformas nos currículos e para avaliar os avanços a fim de garantir que todos os educadores possam adquirir os conhecimentos, aptidões, valores e atitudes necessárias para que se produzam as alterações que permitam proteger o futuro do nosso planeta.

A Conferência Mundial vai reunir 2.500 participantes, entre os quais 81 ministros da Educação e outras figuras destacadas comprometidas com a transformação da educação para que todos os alunos possam fazer frente à crise climática, perda da Biodiversidade e todos os outros desafios do desenvolvimento sustentável. O seu objectivo será criar estratégias para a integração da educação para o desenvolvimento sustentável em todos os níveis da educação e formação.

Ao longo de três dias, as sessões centrar-se-ão nas formas óptimas de aproveitar a educação para fazer frente aos desafios mundiais que estão interligados, como as alterações climáticas, a perda da Biodiversidade, as economias verdes e circulares, o avanço tecnológico e a construção de relações resilientes com o planeta através da Educação. Serão estudadas formas de capacitar os educadores, de dar poder aos jovens e empreender acções locais através da educação para o desenvolvimento sustentável.

Será pedido a todos os participantes que se comprometam com a Declaração e Berlim sobre a Educação para o Desenvolvimento Sustentável, que esboçará uma série de políticas que abarcam o ensino, a aprendizagem, a formação profissional e o compromisso cívico.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.