Visão europeu. Foto: AndrewIves/Wiki Commons

WWF pede a Madrid medidas “imediatas” para travar extinção desta espécie

Dentro de cinco ou sete anos, o visão-europeu poderá desaparecer de Espanha, alertou hoje a WWF espanhola. A organização pediu ao Governo de Madrid “medidas imediatas”.

 

Espanha tem uma das últimas populações viáveis de visão-europeu (Mustela lutreola) em todo o continente, estimada em menos de 500 animais, segundo um comunicado da WWF Espanha.

 

Visão-europeu. Foto: Alejandro Loop/WWF

 

Mas se não forem tomadas medidas urgentes, esta espécie poderá extinguir-se naquele país dentro de cinco a sete anos.

“Há anos que pedimos ao Governo um plano de emergência com recursos suficientes para salvar o visão-europeu. Lamentamos a falta de iniciativa governamental mostrada até agora”, salienta a WWF.

O visão-europeu surge ao lado do lince-ibérico como o carnívoro mais ameaçado da Europa. A sua área de distribuição original mundial está reduzida em 90%. As principais ameaças são a perda de habitat e, especialmente, a concorrência com o visão-americano, espécie exótica invasora.

Hoje, a WWF enviou uma proposta com medidas prioritárias à ministra para a Transição Ecológica, Teresa Ribera, e às cinco comunidades autonómicas onde ocorre a espécie. E pediu a concretização urgente dessas medidas.

Entre essas acções está um censo nacional de visão-europeu “que permita conhecer o número de exemplares que restam hoje, uma vez que o último tem 15 anos”. Outras medidas são a criação de um Centro unificado de reprodução em cativeiro e acções de conservação no terreno, que incluam um controlo eficaz das populações de visão-americano.

Apesar de reconhecer o “esforço de alguns governos autonómicos – como Aragão, Castela e Leão, Catalunha, La Rioja, Navarra e País Basco -“, a WWF considera “imprescindível e urgente que se aprove um calendário de trabalho para as acções prioritárias e que estas decorram de forma coordenada e com a maior brevidade possível”.

 

[divider type=”thick”]Saiba mais.

Descubra aqui o que um projecto de conservação está a fazer por esta espécie.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.