Zoo de Lisboa transfere okapi para França para ajudar a conservar a espécie

Uma fêmea okapi (Okapia johnstoni) foi transferida nesta terça-feira do Jardim Zoológico de Lisboa para o Bioparc Doué la Fontaine, em França, no âmbito do Programa Europeu de Reprodução de Espécies Ameaçadas (EEP).

 

Esta okapi, chamada Beni, tem dois anos e vai ajudar a aumentar a variabilidade genética da sua espécie, classificada como Em Perigo de extinção. Estima-se que em todo o mundo existam entre 35.000 e 50.000 indivíduos, ameaçados pela desflorestação, caça ilegal e guerrilhas armadas no Congo. Em algumas regiões de África, esta espécie já desapareceu.

 

 

Beni passou por três países e viajou mais de 1.400 quilómetros para se juntar à sua “cara-metade”, o macho Obasi, nascido no Zoo de Stuttgart, em 2011, com quem formará casal.

A transferência de Beni, filha de Faraa, nascida no Zoo de Antuérpia, na Bélgica, e de Jamar, oriundo do Marwell Zoo, no Reino Unido, “é realizada de acordo com as normas internacionais que regulam o processo de preparação e o transporte, sendo analisadas diversas variáveis como a idade, a maturidade sexual, a genética do animal, bem como a distância entre Zoos”, explica o Zoo de Lisboa em comunicado.

Esta troca de animais entre Zoos existe para “evitar as consequências negativas da consanguinidade e garantir a viabilidade genética das espécies” ameaçadas de extinção. No caso específico do Okapi, o programa de conservação in situ é financiado por todos os Zoos da Europa, Estados Unidos e Ásia que têm a espécie nas suas instalações.

 

 

O okapi é uma espécie que vive em florestas densas e antigas nas margens do rio Congo. Pode chegar aos dois metros de altura e a sua pelagem é castanha, com listas brancas horizontais na garupa e na parte superior das patas. Alimenta-se de folhas de diversas plantas, frutos, sementes e fungos.

Vive durante 15 a 20 anos na natureza, podendo viver durante aproximadamente 30 anos sob cuidados humanos. As fêmeas atingem a maturidade sexual aos dois ou três anos de idade.

 

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.