Cágados-mediterrânicos. Foto: Bernard DUPONT/Wiki Commons

Zoomarine devolve nove pequenos cágados-mediterrânicos à natureza

Estas tartarugas de água doce são libertadas esta quarta-feira, dia 6, numa zona húmida algarvia conhecida por abrigar outros animais da mesma espécie.

Spoon, Tapio, Tan, Tarzan, Timon, Tércio, Tazo, Txikia e Tiny são os nove cágados-mediterrânicos que agora vão regressar à natureza, todos eles entregues em 2021 e 2022 ao Centro de Reabilitação de Espécimes Aquáticos do Zoomarine, na Guia, em Albufeira, e ali recuperados.

A zona onde vão ser libertados localiza-se cerca de seis quilómetros de Loulé, adianta em comunicado o Zoomarine, que adianta que esta acção vai realizar-se em cooperação com o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas.

A grande maioria destes nove cágados são “muito jovens”, ou seja, trata-se de animais “com uma longa jornada da vida pela frente e, com um elevado potencial de contribuição para o sucesso reprodutivo destas populações algarvias”, acescenta o Zoomarine.

O cágado-mediterrânico (Mauremys leprosa) é uma das duas espécies nativas de cágados em Portugal, a par do cágado-de-carapaça-estriada (Emys orbicularis). Estes cágados estão hoje ameaçados de extinção devido a várias ameaças, incluindo a concorrência de espécies invasoras que são mais agressivas, como a tartaruga-da-Flórida.

São animais fáceis de identificar devido às manchas alaranjadas que têm no corpo e por vezes também por causa do líquido fétido que libertam quando se sentem ameaçados. Este líquido deu aliás origem ao seu nome científico, leprosa.

A tradição anual de recuperar e devolver animais à natureza já tem mais de 25 anos, explica ainda o Zoomarine, e “visa apoiar a reabilitação de espécimes aquáticos (focas, golfinhos, tartarugas, cágados e lontras) arrojados ou confiscados entre o rio Mira e o rio Guadiana”.


Saiba mais.

Descubra o que deve fazer se encontrar um cágado que parece precisar de ajuda.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.