20 de Maio poderá vir a ser o Dia Mundial das Abelhas

Uma maioria dos ministros da Agricultura da União Europeia apoiou nesta segunda-feira a iniciativa da Eslovénia de propor às Nações Unidas a criação do Dia Mundial das Abelhas, a 20 de Maio. Tudo para chamar a atenção para a importância destes insectos polinizadores.

A iniciativa foi apresentada nesta segunda-feira no Conselho de Agricultura e Pescas, em Bruxelas, pela delegação da Eslovénia. “É de extrema importância que nos esforcemos para reforçar a protecção das abelhas na União Europeia, e fora dela, e que sensibilizemos as pessoas para a sua importância”, escreve a delegação no documento que foi apresentado.

A Eslovénia escolheu o dia 20 de Maio por ser o dia em que nasceu o apicultor esloveno do século XVIII, Anton Jansa, considerado o pioneiro da apicultura moderna.

Um terço dos alimentos produzidos em todo o mundo, como a fruta e vegetais, depende da polinização e as abelhas estão entre os insectos polinizadores mais importantes. Segundo o documento, a polinização das culturas alimentares está estimada, por ano, em 22 mil milhões de euros na União Europeia.

Além disso, lembra a delegação eslovena, as abelhas ajudam a manter a biodiversidade e a mitigar o impacto das espécies exóticas invasoras no espaço europeu.

Contudo, recentemente, “as abelhas estão cada vez mais ameaçadas, especialmente em áreas com agricultura intensiva”. O seu habitat está a ser reduzido e as suas condições de sobrevivência estão a piorar. “As alterações climáticas são outra causa importante do risco de extinção para a maioria das espécies de abelhas”, salienta a delegação. A acrescentar há ainda novas doenças e pragas, para as quais as abelhas têm cada vez menos resistência.

Segundo a agência de notícias espanhola Europa Press, o ministro esloveno da Agricultura, Dejan Zidan, apresentou a proposta e conseguiu o apoio de 20 delegações.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.