Anilhada cria de abutre-preto na Serra de Guadarrama

Uma cria de abutre-preto (Aegypius monachus) foi anilhada esta manhã num ninho no Parque nacional espanhol da Serra de Guadarrama. Pode seguir esta ave através de uma webcam em directo.

 

Brisa foi anilhada cerca das 11h00 e devolvida ao seu ninho por técnicos da Comunidade de Madrid e da Sociedade de Ornitologia espanhola (SEO/Birdlife). Esta cria é seguida há meses através de uma webcam, no Vale de Lozoya, dentro daquela área protegida de 30.000 hectares nas províncias de Madrid e Segóvia.

“A tarefa facilitará o seu seguimento durante a sua vida”, explica a SEO/Birdlife em comunicado. “Além disso, as amostras de sangue que foram recolhidas vão permitir conhecer o sexo da ave e outros parâmetros relacionados com o seu estado de saúde.”

O ninho de Brisa está colocado no cimo de um pinheiro e a câmara foi instalada em Fevereiro a vários metros de distância para não perturbar as aves. Ainda assim, consegue registar tudo o que acontece no ninho e transmite-o em directo pela Internet. Desde Fevereiro, a webcam tem registado a incubação, o nascimento da cria em finais de Abril, os cuidados dos progenitores e a sua alimentação.

O abutre-preto é a maior ave de rapina da Europa e é uma espécie Criticamente em Perigo de extinção em Portugal. No final de Maio, a Liga para a Protecção da Natureza (LPN) anunciou o nascimento da primeira cria no Alentejo em mais de 40 anos.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.