Cachalote-pigmeu deu à costa na praia de Santa Cruz

Um cachalote-pigmeu (Kogia breviceps) deu à costa na Praia do Navio, Santa Cruz, Torres Vedras neste domingo. O cetáceo, que nadava com dificuldade, acabou por morrer, segundo as equipas especializadas no local.

A equipa do Marpro/Cram-Q foi chamada ao local às 10h20 por causa de um arrojamento vivo de um cetáceo na Praia do Navio em Santa Cruz. O animal terá reflutuado e estaria a nadar com dificuldades a poucos metros da rebentação.

No entanto, a equipa teve de fazer uma viagem de 160 quilómetros e, quando chegou à Praia do Navio, o animal já estava morto a boiar no mar. O cachalote foi recolhido para terra e transportado para as instalações do CRAM-Q para ser realizada a necrópsia. “Esta revelou morte por afogamento e várias alterações, nos órgãos internos, indicadoras de doença”, segundo um comunicado.

“A equipa agradece a todos os envolvidos no resgate e recolha deste animal. Mesmo não tendo sobrevivido, a recolha deste animal permite o registo de várias informações sobre uma espécie pouco conhecida nas águas portuguesas”.

[divider type=”thin”]O que fazer se vir um arrojamento?

Segundo o Marpro/Cram-Q, “antes de proceder à sua devolução ao mar deve entrar-se em contacto com a Rede de Apoio a Mamíferos Marinhos (96.884.91.01) de modo a que a equipa de resgate seja ativada e preste assistência e aconselhamento sobre como se deve atuar nestas situações”.

Saiba mais sobre o projecto Marpro e sobre o Cram-Q – Centro de Reabilitação de Animais Marinhos de Quiaios.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.