Cidades são refúgio para insectos polinizadores, diz estudo britânico

O número de espécies selvagens de abelhas é maior na periferia das cidades do que nas zonas agrícolas, concluíram investigadores britânicos das Universidades de Bristol, Leeds, Newcastle, Reading, Edinburgh e Cardiff, num estudo publicado pela revista “Proceedings of the Royal Society of London B”.

Os investigadores, liderados por Katherine Baldock da Universidade de Bristol, contaram abelhas, zangões e outros insectos polinizadores em algumas das maiores cidades do Reino Unido. E a conclusão a que chegaram tem simples explicação: enquanto as zonas agrícolas muitas vezes são plantadas com monoculturas, os jardins e logradouros nas cidades oferecem uma vasta variedade de flores ao longo de todo o ano, disse  Baldock à BBC online.

“As zonas urbanas poderiam ser geridas de forma a serem boas para os polinizadores”, acrescentou Baldock. “Aquilo que precisamos saber agora é que tipo de habitats dentro das cidades são os melhores para os insectos.”

O entomólogo Dave Goulson da Universidade de Sussex, e que publicou dois livros de êxito sobre os insectos polinizadores  – “A Sting in the Tale” (2013) e “A Buzz in the Meadow” (2014) – salienta à BBC que este estudo pode ser um encorajamento “para aqueles que, ao tratar do jardim ou da horta, deixam espaço para a natureza e plantam flores amigas da vida selvagem”. “Há um enorme potencial para transformar os nossos subúrbios em gigantescas reservas urbanas se conseguirmos que mais pessoas façam o mesmo”, acrescentou.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.