Conservação do lince-ibérico para 2016 debatida hoje

O que vai acontecer para o próximo ano para conservar o lince-ibérico, como o calendário das libertações na natureza, será decidido hoje em Portugal numa reunião da Comissão executiva do Plano de Acção para a espécie, vinculada ao projecto Iberlince, noticia a agência espanhola Europa Press.

 

Para 2016, as zonas de reintrodução da espécie serão as mesmas de 2015. Ainda assim, em Setembro, o director-geral de Gestão do Meio Natural espanhol, Javier Madrid, disse à Europa Press que poderão estar em cima da mesa outras zonas “porque as coisas estão a correr bem”.

Em Agosto, Miguel Ángel Simon, director do Iberlince, disse à Wilder que este ano poderão ser libertados na natureza em Portugal e Espanha pelo menos 40 linces. “Os resultados dos centros de reprodução em 2015 foram bons”, acrescentou.

De acordo com este responsável, os locais selecionados para a reintrodução em 2016 são o Vale do Guadiana (Portugal), Vale de Matachel (Extremadura espanhola), Montes de Toledo e Serra Morena Oriental, Ciudad Real e Serra Norte de Sevilha. “Os trabalhos mais imediatos serão continuar a libertar animais apenas nessas zonas até conseguir o objectivo de criar populações estáveis”, explicou.

Contudo, o projecto Iberlince vai continuar a reforçar as populações já formadas de Guadalmellato e Guarrizas (Córdova e Jaén, respectivamente, ambos na Andaluzia) “com exemplares selecionados do ponto de vista genético para que se garanta a máxima variabilidade”.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.