Espanha reforça acções para tornar estradas mais amigas dos linces

Colocar mais sinalização de perigo para a passagem de fauna e mais limites à velocidade em determinados pontos já identificados são algumas das medidas urgentes que o Governo espanhol vai implementar para tentar evitar o atropelamento de linces-ibéricos nas estradas da Andaluzia. Estas decisões foram tomadas nesta segunda-feira, numa reunião que juntou em Sevilha autoridades e conservacionistas da WWF – Espanha.

“Será realizada em breve uma reunião técnica para concretizar o programa de intervenções, o mais rapidamente possível”, garantiu María Jesús Serrano, conselheira para o Ambiente e Ordenamento do Território, citada em comunicado pela Junta da Andaluzia. “É preciso encontrar uma solução para este grave problema e disponibilizar todos os meios.”

Em Setembro, a Junta de Andaluzia celebrou um protocolo para minimizar os acidentes por atropelamento de linces-ibéricos nos principais “pontos negros” nas estradas (A-481, A-483 e A421). Neste âmbito, avançou com a possibilidade de apresentar um novo projecto europeu LIFE de Conectividade Ecológica para o lince, que estabeleça um corredor ecológico entre a zona Norte de Doñana e a Serra Morena.

As autoridades salientam que o aumento do número de atropelamentos está ligado ao aumento das populações de lince que passaram de 92 animais em 2002 para 332 em 2013.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.