Habitantes de Viseu ajudam a salvar texugo preso em armadilha ilegal

Na sexta-feira passada, dia 6 de Fevereiro, uma família de Cavernães, no concelho de Viseu, encontrou um texugo preso num laço, uma armadilha ilegal, num silvado, e contactou o SEPNA/GNR de Viseu. O animal foi levado para o CERVAS (Centro de Ecologia, Recuperação e Vigilância de Animais Selvagens), em Gouveia. “O texugo estava debilitado devido ao facto de, provavelmente, ter estado algum tempo a tentar libertar-se mas não apresentava lesões graves”, explica o centro.

O processo de recuperação foi rápido e, ao final do dia, a família que encontrou o texugo assistiu à libertação do animal numa zona florestal próxima de áreas agrícolas.

No ano passado deram entrada no CERVAS 363 animais, 256 dos quais vivos. A maioria eram aves. Segundo o Relatório de Actividades do centro para 2014 foram libertados 166 animais.

Os texugos (Meles meles) podem atingir até um metro de comprimento e pesar entre cinco e dez quilos. Estes animais estão mais activos ao final do dia e à noite e alimentam-se, especialmente, de insectos e frutos, segundo os autores do livro “Um olhar sobre os carnívoros portugueses” (2012).

A melhor altura do ano para os observar, ainda segundo aqueles autores, é em Abril e Maio, quando as primeiras crias saem das texugueiras. Se tiver este privilégio, não os incomode com a sua presença.

 

 

 

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.