Quercus avança 4 grandes medidas para o lobo-ibérico

Gado, ajudas financeiras, comunicação de proximidade e conservação de habitats são os ingredientes da Quercus para melhorar as relações entre populações e os cerca de 200 a 400 lobos-ibéricos que vivem em Portugal.

A Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza emitiu nesta tarde um comunicado onde se diz preocupada com o futuro da espécie, classificada como Em Perigo no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (de 2005). Especialmente depois das declarações do secretário de Estado da Conservação da Natureza que terá admitido rever a legislação de protecção do lobo-ibérico, em vigor desde 1988, para que possa vir a ser considerada espécie cinegética. Estas declarações “são infelizes e despropositadas”, considera a organização. Por isso, pede ao Governo que esclareça, “rapidamente, quais são os seus verdadeiros objectivos em relação a este assunto”.

A organização propõe medidas adequadas para proteger o gado dos ataques de lobo, o pagamento de indemnizações que cubram os prejuízos e que sejam pagas mais rapidamente, uma informação adequada para combater alarmismos e a protecção do habitat do lobo.

O censo nacional mais recente ao lobo-ibérico é de 2002/2003 e, na altura, existiam no país cerca de 60 alcateias numa área total de 16.300 quilómetros quadrados. Esta distribuição era apenas 20% da distribuição original de lobo em Portugal.

Esta semana soube-se que vai começar a ser preparado um plano nacional para o lobo-ibérico.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.