Revelados os 17 países mais atrasados na luta contra o tráfico de espécies

Moçambique, Guiné-bissau, Quénia e Cazaquistão estão entre os 17 países que mais precisam de reforçar a legislação para combater o tráfico de vida selvagem, revela a CITES. Já está em marcha uma iniciativa das Nações Unidas para apoiar estes países.

A Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies de Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção (CITES) identificou 17 países prioritários, nomeadamente a Argélia, Belize, Bolívia, Comores, Djibuti, Guiné-Bissau, Cazaquistão, Quénia, Libéria, Mauritânia, Moçambique, Paquistão, Paraguai, Ruanda, Somália, Tanzânia e Venezuela.

Ontem mesmo, o Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA) e o secretariado da CITES anunciaram que, juntos, vão dar apoio àqueles países, desde que o peçam, para reforçar a sua legislação. “Esta iniciativa conjunta da CITES e do PNUA vai oferecer apoio técnico aos países para que cumpram as exigências legais da CITES, consideradas cruciais para lutar contra o comércio ilegal de vida selvagem”, disse John E. Scanlon, secretário-geral da Convenção.

Ainda na semana passada as autoridades indonésias devolveram à natureza na ilha de Sumatra 94 pangolins, que tinham sido apreendidos a traficantes, noticiou o site Mongabay.

Dias depois, a 4 de Maio, foram apreendidos 24 cacatuas (da família dos psitacídeos) dentro de garrafas de água de plástico no porto de Tanjung Perak, na Indonésia. Vinte e duas destas aves, criticamente ameaçadas de extinção, foram já entregues vivas aos cuidados da Agência de Conservação de Recursos Naturais da Indonésia, noticia a CNN.

Actualmente, a CITES – da qual fazem parte 181 países ou territórios – tem listadas 35.000 espécies de plantas e animais. A 17ª Conferência das Partes (COP) da CITES está marcada para Outubro de 2016 na África do Sul.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.