As 10 coisas a saber para instalar caixas-ninho ideais

Esta é talvez a melhor altura do ano para instalarmos caixas-ninho e ajudar as pequenas aves que procuram locais para pôr os seus ovos. Aproveitámos a Semana Nacional das Caixas-Ninho em curso no Reino Unido (14 a 21 de Fevereiro) para sabermos como é uma caixa-ninho ideal.

 

Esta é a 19ª Semana Nacional das Caixas-Ninhos no Reino Unido, uma iniciativa do BTO (British Trust for Ornithology). Além de desafiar os cidadãos a instalar ninhos, a organização pede-lhes que monitorizem as caixas e informem a organização das aves que observarem.

“É crucial que as pessoas instalem ninhos para ajudar as aves dos jardins, especialmente aquelas que estão em declínio”, disse hoje Ben Andrew, conselheiro para a vida selvagem na organização britânica Royal Society for the Protection of Birds (RSPB), em comunicado. “Em vez de escolherem materiais e designs pouco usuais, as pessoas devem manter-se fiéis aos ninhos tradicionais, de madeira. Além de serem os melhores, são também os mais baratos.”

Ben Andrew acrescentou que é comum “as pessoas esquecerem-se que os ninhos terão, eventualmente, crias pequeninas, vulneráveis e indefesas.” Aqui ficam, então, algumas dicas para instalarmos as melhores caixas-ninho para as aves.

 

Simples: hoje em dia há caixas-ninho para todos os gostos e feitios, desde os formatos de pequenos palácios a ovos ou moinhos. Mas os ninhos mais elaborados não são necessariamente os mais seguros para as aves. Em alguns casos, até podem pôr os animais em perigo desnecessário. O ideal é manter o ninho o mais simples possível.

De madeira: deve evitar ninhos feitos com materiais plásticos, cerâmica e metal, uma vez que retêm muito calor nos dias de Sol e ainda podem causar condensação, levando as crias a ficar molhadas e com frio.

No local certo: isto depende muito da espécie para a qual destinamos a caixa-ninho. Mas, no geral, devemos preferir locais com alguma vegetação envolvente, sossegados e protegidos de demasiado vento ou Sol.

Robustas: isto é especialmente importante se nos lembrarmos que as caixas estarão ao ar livre, expostas às intempéries.

Impermeáveis: o ideal é que as caixas-ninho tenham um tratamento que lhes dê alguma protecção à água.

Abertura com o tamanho certo: cada espécie de ave tem as suas preferências. Por exemplo, os chapins, as carriças e os pardais preferem caixas com uma abertura pequena e redonda. Os verdilhões e as trepadeiras preferem caixas com aberturas maiores. Mas se as aberturas forem demasiado grandes, podem facilmente deixar entrar predadores e chuva ou vento.

Segurança: deve confirmar que não há pregos salientes, nem cantos afiados ou fissuras onde as aves podem ficar entaladas.

Bom isolamento: o melhor é não terem fissuras por onde entre a chuva e o frio

Sem cores garridas: uma boa caixa-ninho não deve chamar a atenção de predadores; quanto mais passarem desapercebidas, melhor.

Sem comedouros: é melhor não escolher caixas-ninho que também têm comedouros porque as aves que ali “moram” podem entrar em conflito com as aves que ali se vão alimentar.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.