Lançada nova campanha de reflorestação de bosques afectados por incêndios

A terceira edição do projecto “Uma Árvore pela Floresta” foi lançada nesta terça-feira pela associação Quercus e pelos CTT. Até agora, já foram plantadas cerca de 7.000 árvores no Gerês, Tejo Internacional e nas serras de Montemuro, Alvão, Marão, Caramulo e Estrela.

 

O desafio é lançado a qualquer cidadão para que compre o kit “Uma Árvore pela Floresta”, por 3 euros, em 320 lojas CTT, de 9 de Agosto a 30 de Novembro. Em comunicado, o projecto explica que “a compra do kit corresponde à plantação de uma árvore pela Quercus em áreas classificadas do Norte e Centro de Portugal”.

Estes espaços naturais com interesse para a conservação são baldios ou pertencentes ao Estado, “para assegurar a preservação futura dos bosques sem que haja o risco dessas áreas serem alienadas”. As áreas de intervenção situam-se no Norte e Centro de Portugal, “por ser aí que a floresta autóctone apresenta um nível de degradação maior e ainda porque nessas regiões o problema dos incêndios florestais tem maior expressão no contexto nacional”.

Em cada kit estará um código único para registar a árvore no site do projecto com os dados do doador. A Quercus irá plantar a árvore verdadeira até à Primavera de 2017. Quem registou a árvore receberá informação sobre a plantação, sobre a espécie, sobre o local onde foi colocada e qual a evolução do bosque onde foi plantada ao longo de cinco anos. A meta é atingir 10.000 árvores plantadas.

O grande objectivo desta campanha, que vai já no seu terceiro ano, é “criar e cuidar de bosques autóctones que oferecem uma maior resistência à propagação dos incêndios e são melhores para amenizar o clima, promover a biodiversidade e proteger a nossa paisagem, a água e os solos”, explicam os responsáveis.

Nas edições anteriores, em 2014 e 2015, foram plantadas 6.144 árvores de 28 espécies, entre elas o carvalho-alvarinho (Quercus robur), o carvalho-negral (Quercus pyrenaica), o sobreiro (Quercus suber), a azinheira (Quercus rotundifolia), o freixo (Fraxinus angustifolia), o azevinho (Ilex aquifolium), o azereiro (Prunus lusitanica ssp. lusitanica) e o medronheiro (Arbutus unedo).

Esta iniciativa insere-se num âmbito de um projecto mais vasto, o projecto Criar Bosques, o qual, de 2008 a 2015, já plantou cerca de 370.000 árvores e arbustos com o apoio de empresas e de cidadãos. Este projecto da Quercus visa “criar e cuidar de bosques de espécies autóctones, árvores e arbustos originais da flora portuguesa”.

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Descubra tudo sobre esta campanha aqui.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.