Fritilária-dos-lóios (Melitaea phoebe). Foto: D.R.

Oitenta pessoas adicionaram 31 novos nomes à lista de espécies de Guimarães

Entre 30 de Abril e 3 de Maio, 80 pessoas registaram cerca de 500 observações de mais de 300 espécies diferentes em Guimarães no desafio mundial City Nature Challenge.

Assim, foram adicionadas 31 novas espécies de fauna e flora à base de dados de da biodiversidade de Guimarães, que já contempla cerca de 350 espécies diferentes.

Fritilária-dos-lóios (Melitaea phoebe). Foto: D.R.

Das observações feitas pelos vimaranenses destacam-se as entradas da ave pega-rabuda (Pica pica), das borboletas fritilária-dos-lóios (Melitaea phoebe) e esfingídeo-de-asas-transparentes (Hemaris fuciformis), esta última uma borboleta nocturna que bate as asas tão rápido que consegue beber o néctar das flores enquanto voa. 

O grupo mais fotografado foi o dos insetos, com destaque para a abelha-do-mel (Apis mellifera). 

Esfingídeo-de-asas-transparentes (Hemaris fuciformis). Foto: D.R.

Ao longo de quatro dias, agrupamentos escolares, brigadas verdes e simples fãs de natureza participaram nas várias iniciativas promovidas pelo Laboratório da Paisagem e pelo Curtir Ciência – Centro de Ciência Viva de Guimarães.

“Ao longo dos últimos dias os nossos técnicos identificaram todas as espécies, tendo igualmente sido submetidas na plataforma internacional do City Nature Challenge“, segundo o Laboratório da Paisagem. 

Ouriço-cacheiro. Foto: D.R.

Apesar deste desafio ter terminado, a base de dados da biodiversidade de Guimarães está sempre aberta à participação de todos, através da aplicação móvel Biodiversity GO! ou do e-mail [email protected].

Guimarães foi a única cidade portuguesa a participar na iniciativa mundial City Nature Challenge. O objectivo deste desafio era desafiar os moradores de dezenas de cidades a sair de casa para procurar e fotografar plantas e animais e partilhar os seus registos no iNaturalist ou na plataforma definida pela cidade onde participam.

Rã-verde. Foto: D.R.

Este ano participaram no evento um total de 419 cidades em 44 países. Mais de 52.700 pessoas participaram com um total de 1.270.767 observações e mais de 45.300 espécies.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.