Floresta. Foto: Aymanjed Jdidi/Pixabay
Foto: Aymanjed Jdidi/Pixabay

Quercus lança agenda com as acções de recuperação de bosques onde pode participar

No dia em que se celebra o Dia Floresta Autóctone 2021, 23 de Novembro, a Quercus lançou a Agenda Regeneradora com as actividades de recuperação de bosques e florestas, por cada mês, onde qualquer pessoa pode participar e assim ajudar a travar a perda de biodiversidade.

O objectivo da Agenda Regeneradora é “facilitar a participação e a divulgação de projetos de restauro ecológico e de abordagens regeneradoras em diversas tipologias de locais, como áreas naturais, linhas de água, terrenos florestais, áreas agrícolas e áreas urbanas”, explica a Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza num comunicado enviado à Wilder.

Entre as actividades desta agenda estão acções de plantações e/ou sementeiras de espécies autóctones para a promoção da diversidade biológica e da diversidade genética.

São acções com “abordagens próximas da natureza, como a menor perturbação possível do solo e da regeneração natural e a sucessão ecológica”.

Por exemplo, para Novembro a agenda tem três actividades em Águeda (Aveiro), Mafra (Lisboa) e Cadaval (Lisboa). Para Dezembro estão previstas três actividades para criar sebes biodiversas e bosques de alimentos onde convivam árvores nativas florestais, árvores de fruto, arbustos de fruto, herbáceas, vegetais perenes, cogumelos e trepadeiras.

Neste dia 23 de Novembro, Dia da Floresta Autóctone, a Quercus alerta para a actual crise climática e perda de biodiversidade e convida ao “reforço do trabalho colaborativo e mudanças de práticas e políticas públicas para a necessária regeneração do território”.

“Assistimos em Portugal a práticas generalizadas destrutivas da natureza, como políticas arboricidas, de desmatação e uso intensivo de pesticidas, não obstante ser um dos países da Europa mais vulnerável aos efeitos das alterações climáticas.”

A Quercus vê com “grande preocupação” o “avanço da agricultura intensiva sem respeito pelo solo, pelas galerias ripícolas, por áreas de montado”; o “avanço da monocultura do eucalipto; e a aplicação de critérios desajustados nas faixas de gestão de combustível que têm acelerado o abate de árvores que deviam ser protegidas, como carvalhos (Quercus sp.) e freixos (Fraxinus angustifolia) e a destruição das espécies da nossa flora nativa em geral”.

De momento está em curso a revisão dos critérios técnicos nas faixas de gestão de combustível. A Quercus espera que “esta oportunidade seja bem aproveitada para introduzir as alterações e correções necessárias que permita a necessária proteção e promoção do nosso bosque autóctone”.

“São igualmente necessárias profundas mudanças na gestão de espaços urbanos com a redução de áreas artificializadas, a conversão de espaços verdes para uma conceção mais natural, como a criação de mini-florestas urbanas e espaços verdes biodiversos e multifuncionais.”

Neste Dia da Floresta Autóctone, a associação recorda que a “promoção dos bosques e da biodiversidade autóctones é uma missão e trabalho permanente da Quercus desde a sua génese desenvolvendo vários projetos nesta área, entre os quais: Criar Bosques; Floresta Comum; o Monte Barata; o Green Cork; e o Green Cork Escolas. Estes dois últimos projectos permitem, através da recolha e rolhas de cortiça e da sua reciclagem, o financiamento de acções de plantação.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.