Sete plantas silvestres que são também medicinais

Num dia de Primavera, a Wilder foi passear para o campo guiada por Fernanda Botelho, especialista nos usos medicinais e aromáticos de plantas silvestres, na zona do Magoito (concelho de Sintra).

Aqui ficam sete das espécies de plantas que ficámos a conhecer, tal como alguns dos usos descritos por esta autora. Tentar procurá-las é um óptimo desafio para um passeio no campo.

 

Cavalinha. Foto: Wilder

 

Cavalinha (Equisetum spp): A cavalinha costuma encontrar-se em zonas húmidas e com areia, nas margens de ribeiros e mesmo dentro da água. Pode-se beber por exemplo em infusão.

É útil para tratar cabelos e unhas quebradiços e pé-de-atleta. Muito rica em minerais, é também por isso um bom remineralizante ósseo.

 

Camomila. Foto: Fernanda Botelho

 

Camomila (Camomila spp): A camomila é um bom anti-inflamatório e trata também problemas de pele, conjuntivites e distúrbios digestivos. Apesar de se encontrar em muitos locais, a melhor para ser utilizada é a espécie conhecida por camomila humana ou cultivada, nomeadamente a Anthemis nobile.

Também muito utilizada é a Matricaria recutita, conhecida por camomila alemã, boa para as gengivas dos bebés quando os dentes estão a romper.

 

Foto: Fernanda Botelho
Calêndula. Foto: Fernanda Botelho

 

Calêndula (Calendula arvensis): As flores podem ter pétalas amarelas ou laranja. É uma planta boa para tratar problemas de pele, como o eczema ou a crosta láctea e borbulhinhas que por vezes aparecem nos bebés.

Fernanda Botelho explica que as calêndulas podem-se macerar em azeite ou óleo de abacate ou de grainha de uva, por exemplo. Nessa solução, ficam um mês inteiro ao sol ou, em alternativa, uma a duas horas em banho-maria. No quintal, pode-se cultivar uma outra espécie, a Calendula officinalis, cujas flores são também conhecidas por maravilhas.

 

Roseira-brava. Foto: Fernanda Botelho

 

Roseira-brava (Rosa canina): Esta planta da família das Rosáceas, também conhecida como rosa-macha ou rosa-de-cão, tem frutos que em português se chamam cinórrodos e em inglês são os ‘rosehips’.

Conhecidos por serem uma fonte muito rica de vitamina C, estes falsos frutos é o que resta depois de caírem as pétalas das flores e podem ser normalmente colhidos em Agosto. No Reino Unido, são muito usados na cozinha, por exemplo em compotas.

 

Tanchagem. Foto: Wilder

 

Tanchagem (Plantago lanceolata e Plantago major): Fernanda Botelho destaca duas espécies de tanchagem que surgiram durante o passeio, a Plantago lanceolata e Plantago major, que tem folhas maiores. As folhas da tanchagem têm nervuras paralelas. Muito boa para artroses, para a tosse e também picadas de mosquitos.

 

Agarra-saias ou amor-de-hortelão. Foto: Wilder

 

Agarra-saias ou amor-de-hortelão (Galium aparine): Fernanda Botelho diz que esta pequena planta silvestre, tal como é boa a agarrar-se às roupas, também agarra com força as toxinas do sistema linfático e ajuda a expulsá-las. Só existe na natureza.

 

Bolsa-de-pastor. Foto: Wilder

 

Bolsa-de-pastor (Capsella bursa-pastoris): É uma planta útil para estancar hemorragias, foi explicado durante o passeio. Era uma planta que os pastores usavam para tratar o gado, depois de este parir.

 

[divider type=”thin”]Se quiser saber mais pode ler aqui sobre o passeio e a conversa que a Wilder teve com Fernanda Botelho, autora e especialista em plantas medicinais e aromáticas.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.