Tudo o que precisa de saber para observar abutres-pretos

O nascimento da primeira cria de abutre-preto no Alentejo pela primeira vez em 40 anos é a melhor desculpa possível para sair de casa e procurar esta que é a maior ave de rapina da Europa. Eduardo Santos, da LPN, e Gonçalo Elias, do portal Aves de Portugal, dão-lhe as dicas que o vão ajudar a observar abutres-pretos.

 

Quando: Qualquer altura do ano é uma boa altura para observar e admirar estas aves porque, em Portugal, não são migradoras. Fazem movimentos de dispersão para procurar alimento e prospectar território. Mas ainda que ocorram todo o ano, a maioria das aves que vemos por cá são indivíduos provenientes de Espanha, onde nidificam várias centenas de casais (sobretudo na Estremadura).

Onde: os abutres-pretos ocorrem sobretudo junto à fronteira com Espanha, numa faixa com cerca de 50 quilómetros de largura para oeste. É mais provável observar estes abutres numa banda que tem na zona de Mértola o seu extremo Sul e na Serra da Malcata o seu extremo Norte. Para aumentar a probabilidade de conseguir observar abutres-pretos procure estas quatro zonas: Moura-Barrancos, Malcata, Tejo Internacional e São Mamede.

Como saber se o que está a ver é um abutre-preto: há quatro características a procurar e que nunca falham. A primeira é a plumagem totalmente escura (à distância parece preta). A segunda são as patas brancas, que contrastam com o preto da plumagem (mais facilmente visíveis quando a ave passa por cima das nossas cabeças). A terceira é que os abutres-pretos são um pouco maiores do que os grifos, com os quais se podem confundir. E, por fim, as asas curvadas para baixo (os grifos têm as asas curvadas para cima).

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.