Que espécie é esta: afinal é uma anémona-parasitica

A leitora Isabel Inácio Cordeiro fotografou esta espécie durante um passeio pela praia de Tróia a 13 de Novembro e quis saber qual o seu nome. Primeiro foi identificada como um molusco pata-de-burro, mas afinal é uma anémona-parasitica.

 

Enquanto dava um passeio durante a maré vazia, Isabel encontrou este molusco na areia que “gostava muito que me ajudassem a identificar”.

“O animal estava agarrado a uma concha de um lingueirão”, conta a leitora que, depois de ter tirado a fotografia, prontamente o devolveu ao mar.

 

 

A espécie que observou é uma anémona-parasitica (Calliactis parasitica) e não um molusco pata-de-burro (Cymbium olla) como identificado inicialmente.

Espécie identificada por: Gonçalo Rosa, fotógrafo de vida selvagem

Esta é uma anémona que existe no oceano Atlântico e no Mar Mediterrâneo e que normalmente se encontra em conchas com caranguejos eremitas. A anémona protege o caranguejo, com os seus tentáculos, e beneficia quando consegue apanhar o alimento dispersado pelos movimentos do caranguejo.

 

Anémona e caranguejo eremita. Foto: Fernando Herranz Martín/Wiki Commons

 

Tem uma base aderente, com cerca de 80 milímetros de diâmetro e cerca de 100 milímetros de altura, e centenas de tentáculos de tom creme, por vezes rosa ou alaranjados.

Vive a profundidades que variam entre a zona intertidal e os 60 metros.

 

[divider type=”thick”]Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

 

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Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.