Que espécie é esta: andorinha-das-rochas

A leitora Sandra Barão Nobre fotografou estas aves que lhe pareceram andorinhas a 26 de Janeiro em Matosinhos mas achou estranho dada a altura do ano. Gonçalo Elias responde.

 

“Gostaria de obter a vossa ajuda para entender o que vi ontem de manhã em Matosinhos. Tinham forma de andorinhas, voavam como andorinhas e piavam como andorinhas. Mas estamos em Janeiro! Será possível?”, pergunta Sandra Barão Nobre.

 

Foto: Sandra Barão Nobre

 

A espécie que observou é a andorinha-das-rochas, também conhecida por andorinha-de-inverno (Ptyonoprogne rupestris).

Espécie identificada por: Gonçalo Elias, responsável pelo portal Aves de Portugal.

As aves que a Sandra viu são andorinhas-das-rochas, a única espécie de andorinhas que pode ser observada em Portugal durante todo o ano.

Podemos vê-la mais facilmente em “habitats rochosos e escarpados, mas também ocorre com alguma regularidade em núcleos urbanos, onde pode formar dormitórios com muitas dezenas de indivíduos”, segundo o portal Aves de Portugal.

“No Inverno ocorre também junto à costa, especialmente no centro e no sul do país, podendo então formar bandos com várias dezenas de indivíduos. Nessa época pode ser encontrada sobretudo junto a zonas húmidas ou falésias. No interior do país forma dormitórios em igrejas.”

Ainda assim, as primeiras andorinhas migradoras começam a chegar a Portugal já no final de Janeiro. A pouco e pouco vão chegando outras até que, na Primavera, se dá o pico das migrações.

Aqui pode conhecer as espécies de andorinhas que ocorrem em Portugal, com a ajuda das ilustrações de Marco Nunes Correia.

 

[divider type=”thick”]Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

 

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Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.