Que espécie é esta: aranha-dos-troncos-grande

O leitor André Almeida encontrou esta aranha em Santo Amaro de Oeiras, a 8 de Abril, e pediu ajuda para saber qual a espécie. Sérgio Henriques responde.

 

“No dia 8 de Abril, de manhã, encontrei esta aranha na minha toalha de banho. Assustou-me ao início mas consegui apanhá-la e levá-la para o jardim, onde foi à sua vidinha”, contou o leitor à Wilder.
“Conseguem-me dizer de que espécie se trata?”

 

 

 

Tratar-se-á de uma aranha-dos-troncos-grande (Zoropsis cf. spinimana)

Espécie identificada por: Sérgio Henriques, líder do grupo de especialistas em aranhas e escorpiões da UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza) e especialista da Sociedade Zoológica de Londres.

A aranha na foto é uma Zoropsis cf. spinimana. É uma aranha que habitualmente prefere viver em cascas de árvores ou debaixo de pedras, mas dá-se muito bem em pilhas de lenha, garagens e jardins. Aí faz o seu casulo de seda que se assemelha a algodão doce.

Como sao aranhas que passam muito tempo dentro do seu casulo, normalmente são mais avistadas durante o Inverno, quando o frio as leva a procurar as nossas casas para se abrigarem. Mas se o casulo tiver sido perturbado por alguma razão, ou por acaso a comida escassear na zona onde vivem, podem abandonar a sua casa em busca de um terreno de caça mais fértil.

Pela coloração, este pequeno animal ainda parece juvenil. É muito bom de saber que foi colocado no jardim onde terá oportunidade de continuar o seu ciclo de vida e, talvez, contribuir para a continuação da sua espécie.

Estas aranhas são predadores importantes de pragas domésticas e fazem parte de um ecossistema saudável. A sua presença numa casa é bem mais benéfica do que a sua ausência.

 

[divider type=”thick”]Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.