Que espécie é esta: aranha-lobo-dos-areais

A leitora Hany Alonso enviou-nos a foto da aranha que a filha encontrou na praia do Monte Velho, a 12 de Julho, para saber qual a espécie a que pertence. Sérgio Henriques responde.

 

“A minha filha Laura, de 7 anos, encontrou esta aranha na praia do Monte Velho, na Lagoa de Santo André (12 de Julho 2020)”, contou a leitora à Wilder.

 

 

“Depois de pesquisarmos, achámos que podia ser uma-aranha-lobo-dos-areais Arctosa perita, mas gostávamos de confirmar a sua identificação.”

A aranha parece, de facto, um Arctosa perita.

Espécie identificada e texto por: Sérgio Henriques, líder do grupo de especialistas em aranhas e escorpiões da UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza) e especialista da Sociedade Zoológica de Londres.

Esta é uma das aranhas que pode ser vista nos nossos areais, para aqueles que prestam atenção.

Como se pode ver, a espécie passa perfeitamente despercebida, mesmo em zonas abertas à superfície. Quando está dentro do seu abrigo de seda sob a areia torna-se praticamente invisivel.

Esta espécie tem uma considerável variação de cor e pode ser, inclusive, quase vermelha-ferrugem, o que a poderia fazer sobressair sob um fundo cor de areia, mas que a torna também perfeitamente camuflada nos outros habitats onde mora.

 

[divider type=”thick”]Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie-nos para o nosso email a fotografia, a data e o local. No caso de plantas, deve enviar fotos de pormenor das folhas, frutos e flores (se houver), se possível também tiradas contra o céu. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.