Que espécie é esta: aranha-lobo

A leitora Liliana Silva enviou-nos esta foto de aranha vista a 1 de Setembro no passeio ribeirinho da Póvoa de Santa Iria e quis saber a que espécie pertence. Sérgio Henriques responde.

Trata-se de uma aranha-lobo, também conhecida como tarântula-ibérica ou tarântula-hispânica (Lycosa cf. hispanica), ou seja, a confirmar.

Espécie identificada e texto por: Sérgio Henriques, líder do grupo de especialistas em aranhas e escorpiões da UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza) e especialista da Sociedade Zoológica de Londres.

A aranha em causa é uma fêmea.

É uma das maiores aranhas da nossa fauna, embora passe muitas vezes despercebida por viver na sua toca.

Esta espécie ocorre ao longo de todo o ano, mas aparece mais nos meses de Primavera e Verão.

É, sobretudo, uma aranha crepuscular e nocturna mas também pode estar activa durante o dia, particularmente se for perturbada (por actividades agrícolas, por exemplo).

A aranha-lobo é uma espécie que prefere ambientes mais secos mas já a vi em locais bem húmidos e frescos. É uma espécie bem adaptável.

Nesta altura do ano, já deve ter acasalado e as fêmeas, como a da fotografia, deverão estar agora grávidas ou já com crias. Mas tudo depende da zona e de um número de factores, como a disponibilidade de presas.

A maioria dos adultos morre antes ou durante o Inverno. As crias passam o Inverno na sua pequena toca, que irá ser a sua zona de caça e habitação para o próximo ano.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.