Que espécie é esta: cobra-de-escada

O leitor João Pedro Freire encontrou esta cobra em Arganil, depois do incêndio de 2017, a 26 de Dezembro do mesmo ano, e pediu ajuda para saber a espécie. Luís Ceríaco responde.

 

“Após o grande incêndio de Outubro de 2017 foi espantoso observar algumas espécies que resistiram à devastação do fogo”, contou o leitor à Wilder.

Estas imagens foram captadas em 26 de Dezembro de 2017 na Quinta da Cortedeira, concelho de Arganil.

 

 

 

Trata-se de uma cobra-de-escada (Zamenis scalaris).

Espécie identificada por: Luís Ceríaco, especialista em répteis e investigador do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto.

Segundo Luís Ceríaco, esta é uma “cobra de escada muito mal humorada”.

As cobras desta espécie podem chegar aos 160 centímetros de comprimento, como explica o guia  “Anfíbios e Répteis de Portugal”. Podem encontrar-se em Portugal e Espanha e ainda nalgumas regiões de Itália e França, sendo mais fáceis de observar entre Abril e Outubro.

“Esta é uma pequena cobra-de-escada, inofensiva”, indica o especialista.

De acordo com o Atlas dos Anfíbios e Répteis de Portugal, esta é a segunda serpente com maior área de distribuição no nosso país, apenas ultrapassada pela cobra-rateira. Encontra-se bem distribuída por todo o território continental, especialmente até aos 800 metros de altitude.

Gosta de azinhais ou sobreirais abertos. Sobretudo em paisagens agrícolas, procura a vegetação junto aos rios e as orlas e muros que dividem os campos de cultivo.

Estas cobras são muitas vezes vítima de atropelamentos, por procurarem o calor retido no asfalto das estradas para se aquecerem durante a noite, e enfrentam a destruição do seu habitat.

[divider type=”thick”]Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

 

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Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.