Foto: Philip Soares

Que espécie é esta: cobra-de-escada

O leitor Philip Soares encontrou uma pequena cobra em Fafe, no distrito de Braga, e pediu ajuda para saber a espécie. Luís Ceríaco responde.

 

“No dia 18 de Abril, em Fafe, Cepães […] encontrei esta pequena cobra a sair do meu campo de baixo, seguindo pela rampa de estacionamento. Apesar de seu porte pequeno era bastante agressiva, ou talvez apenas defensiva quando me aproximava”, explicou Philip Soares, na mensagem enviada à Wilder, pedindo para saber a espécie e se é perigosa.

 

Foto: Philip Soares

 

Trata-se de uma cobra-de-escada (Zamenis scalaris).

Espécie identificada por: Luís Ceríaco, especialista em répteis e investigador do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto.

“Esta espécie de cobra é inofensiva, mas as de maiores dimensões podem inflingir uma mordedura dolorosa se forem manuseadas”, explicou também o investigador.

As cobras de escada podem chegar aos 160 centímetros de comprimento, como explica o guia  “Anfíbios e Répteis de Portugal”. Ocorrem em Portugal e Espanha e ainda nalgumas regiões de Itália e França, sendo mais fáceis de observar entre Abril e Outubro.

Já o Atlas dos Anfíbios e Répteis de Portugal indica que esta é a serpente com a segunda maior área de distribuição no nosso país, apenas ultrapassada pela cobra-rateira. Encontra-se bem distribuída por todo o território continental, especialmente até aos 800 metros de altitude.

 

Foto: Philip Soares

 

Estas cobras gostam de azinhais ou de sobreirais abertos. Sobretudo em paisagens agrícolas, procura a vegetação junto aos rios e as orlas e muros que dividem os campos de cultivo.

As cobras-de-escada são muitas vezes vítima de atropelamentos, por procurarem o calor retido no asfalto das estradas para se aquecerem durante a noite, e enfrentam a destruição do seu habitat.

 

[divider type=”thin”]Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.