Que espécie é esta: cogumelo Omphalotus olearius

A leitora Maria Isabel Gomes fotografou este cogumelo em Almornos, Sintra, em Dezembro de 2011, e pediu a identificação da espécie. A associação Ecofungos responde.

“Em Dezembro de 2011 encontrei em Almornos, Sintra, este cogumelo, e nunca mais me lembrei dele. É possível identificá-lo, por favor?”, escreveu Maria Isabel Gomes à Wilder.

Esta será a espécie Omphalotus olearius.

Identificação da espécie e texto por: Ecofungos – Associação Micológica.

Pela fotografia que a leitora envia, julgamos tratar-se da espécie Omphalotus olearius

Caso assim seja, sublinho os seguintes aspetos: Os americanos conhecem-na como Jack-O-Lantern, embora a espécie americana seja outra – Omphalotus illudens, mas são muito similares. 

Omphalotus olearius. Foto: Thomas Schoch/WikiCommons

É, erradamente, associada a histórias de antigos colonos/pioneiros que se deslocavam na floresta em busca das suas casas seguindo a luz emitida pelas lâminas deste cogumelo, ao qual se atribuem propriedades bioluminescentes.

Tal fato ainda não foi provado, mas a bioluminescência poderá apenas ser visível em espetros fora do alcance humano, para os insetos, ou outros animais.

Esta é uma espécie saprófita, maioritariamente, e como o próprio epíteto específico indica (olearius), de oliveiras. Isto é, este cogumelo alimenta-se de matéria orgânica em decomposição, ajudando assim na reciclagem de nutrientes na natureza.

É tóxica e pode ser confundida com o conhecido cantarelo, ou, girole – Cantharellus cibarius. Ocorre com frequência em Portugal e Espanha e sul da Europa, em tufos, junto ao colo das árvores, ou em toiças.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie-nos para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.