Coruja-das-torres. Foto: Carlos Delgado/WikiCommons

Que espécie é esta: crias de coruja-das-torres

O leitor Ricardo Pereira ouviu estas aves no concelho de Cantanhede, a 21 de Agosto, e pediu ajuda na identificação da espécie. Magnus Robb responde.

“Venho ao vosso encontro para pedir ajuda na identificação da ave. Já há umas noites que ouvimos este som, multiplicado por, pelo menos, três.
Este som foi gravado às 23h19 de dia 21 de Agosto numa localidade no concelho de Cantanhede”, escreveu Ricardo Pereira à Wilder.

Tratam-se de crias de coruja-das-torres (Tyto alba).

Espécie identificada e texto por: Magnus Robb, ornitólogo britânico especializado na gravação do canto de aves.

A gravação que o Ricardo enviou é de crias de coruja-das-Torres (Tyto alba) no ninho.

É um som típico da primavera e do verão em muitos locais em Portugal, particularmente em ruínas, prédios isolados, pontes rurais e, às vezes, árvores com buracos suficientamente grandes.

Adulto de coruja-das-torres. Foto: Carlos Delgado/WikiCommons

Na gravação ouvem-se duas crias mas o Ricardo escreveu “multiplicado por pelo menos 3” então devem ser mais do que duas.

Isto é o som que as crias fazem para pedir comida. Pode-se ouvir durante muitas semanas no mesmo local e dá para ouvir a uma grande distância.

Quando um adulto chega, o ritmo acelera e há mais confusão e variedade no som enquanto as crias chegam ao acordo sobre quem é que tem mais fome!

Dia 21 de agosto é bastante tarde para ouvir este som e pode ser a segunda familia do casal em 2020. 


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.