Foto: José Ferreira

Que espécie é esta: fêmea da aranha Liophrurillus flavitarsis?

O leitor José Ferreira fotografou uma aranha diferente na freguesia de Caranguejeira, Leiria, e pediu a identificação da espécie. Sérgio Henriques responde.

 

A aranha que José Ferreira observou parece ser uma fêmea de Liophrurillus flavitarsis ou possivelmente outro Phrurolithidae, mas a confirmação carece de uma análise ao microscópio.

Espécie identificada e texto por: Sérgio Henriques, líder do grupo de especialistas em aranhas e escorpiões da UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza) e especialista da Sociedade Zoológica de Londres.

 

 

A confirmar-se como uma Liophrurillus flavitarsis, é de facto uma aranha especial.

Em geral são aranhas que imitam formigas e o seu comportamento é muito interessante e bastante desconhecido.  Algumas destas espécies imitam apenas o aspecto exterior das formigas para evitar que potenciais predadores as ataquem, pensando que são apenas mais um trabalhador da colónia.

Isto porque colónias de formigas são sítios bastante seguros onde se viver, já que poucos animais estão dispostos a enfrentar um exército para comer algo tão pequeno e agressivo.

 

 

Outras espécies de aranhas imitam o aspecto e o cheiro das formigas, ou até a textura das antenas, para poderem infiltrar-se na colónia e até imitar a comunicação das formigas. Isso permite-lhes alimentarem-se destas espécies sem serem detectadas.

É todo um mundo do qual conhecemos muito pouco, mas sobre o qual teríamos muito a aprender.

 

[divider type=”thin”]Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie-nos para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.